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Putin reconhece independência de regiões separatistas na Ucrânia – medida abre caminho para possível invasão
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, reconheceu oficialmente nesta segunda-feira a independência de duas regiões no leste da Ucrânia controladas por separatistas pró-Moscou, em um movimento que agrava a crise com o país vizinho e com o Ocidente.
Em pronunciamento transmitido em rede nacional de TV, Putin afirmou que a Ucrânia se tornou uma colônia dos Estados Unidos e que é liderada por um governo de fantoches. Segundo ele, o país vizinho tem a intenção de criar suas próprias armas nucleares, o que mudaria a situação geopolítica global drasticamente.
A decisão de Putin havia sido antecipada em uma nota divulgada pelo Kremlin. No comunicado, o governo russo disse que Putin informou o presidente da França, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro da Alemanha, Olaf Scholz, que reconheceria a independência das províncias de Donetsk e Luhansk, controladas por separatistas pró-Rússia desde 2014.
No discurso, Putin afirmou que uma eventual adesão da Ucrânia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) é uma ameaça direta à segurança da Rússia e disse que o Ocidente imporá sanções contra o país de qualquer maneira, mesmo sem uma invasão do país vizinho.
Além do reconhecimento formal da independência de Donetsk e Luhansk, Putin assinou um acordo de amizade e cooperação com as duas províncias ucranianas, mas não deu detalhes de como a Rússia pretende ajudá-las.
Na nota divulgada mais cedo, o Kremin disse que Macron e Scholz “expressaram decepção” com a decisão de Putin, mas sinalizaram disposição para seguir as negociações diplomáticas para tentar resolver a crise. O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, afirmou que o reconhecimento viola o direito internacional.
Antes do anúncio de Putin, o chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, afirmou que o bloco imporia sanções econômicas contra a Rússia caso Moscou reconhecesse a independência de Donetsk e Luhansk.
A decisão de Putin foi tomada após uma reunião especial do Conselho de Segurança da Rússia, que endossou a medida, e dos pedidos feitos pelos líderes das regiões separatistas da Ucrânia, que começaram a evacuar civis para o país após um aumento da violência no leste ucraniano.
Na nota sobre o anúncio, o Kremlin não falou sobre o pedido de apoio militar feito pelos separatistas, que dizem que a Ucrânia está lançando uma ofensiva para retomar as áreas controladas por eles desde 2014. Kiev nega e diz que as acusações são uma tentativa da Rússia de gerar um pretexto para justificar uma invasão.
Na semana passada, parlamentares russos aprovaram uma resolução pedindo para que Putin reconhecesse a independência das duas regiões. A Rússia também acusa a Ucrânia de cometer um “genocídio” das pessoas que falam russo nas províncias de Donetsk e Luhansk.
Mais cedo, a Rússia disse ter matado cinco soldados ucranianos que cruzaram a fronteira do país. O governo da Ucrânia também negou a acusação e pediu que o Kremlin pare de divulgar notícias falsas.
Em resposta ao agravamento da situação no leste da Ucrânia, o chanceler do país, Dmitry Kuleba, pediu a convocação de uma reunião emergencial do Conselho de Segurança da ONU para discutir a crise.
Com Valor Pro, serviço de informação em tempo real do Valor Econômico.
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