PIB da China cresce abaixo do esperado no 2º tri; Alemanha caminha para a recessão

Bloqueios contra a covid-19 e a guerra entre Rússia e Ucrânia contribuem para o movimento negativo

O Produto Interno Bruto (PIB) da China cresceu 0,4% no segundo trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano anterior, refletindo o preço que os rigorosos bloqueios contra a covid-19 no país cobraram da atividade econômica.

O resultado ficou abaixo da expansão de 0,9% esperada pelos economistas consultados pelo “The Wall Street Journal”.

Em relação ao primeiro trimestre deste ano, economia chinesa contraiu 2,6% no período de abril a junho em relação ao primeiro trimestre, segundo dados divulgados na sexta-feira, em Pequim, pelo Departamento Nacional de Estatísticas (NBS).

O resultado marcou a primeira contração trimestral desde o primeiro trimestre de 2020, quando a economia chinesa foi paralisada pelos surtos iniciais de covid-19.

À época, o PIB da China encolheu 10,3% em relação ao trimestre anterior. Os números de sexta-feira também colocam a meta oficial de crescimento econômico da China, de cerca de 5,5% este ano, cada vez mais fora de alcance. No primeiro semestre do ano, o PIB da China cresceu 2,5% em relação ao ano anterior, disse o departamento de estatísticas.

Economia alemã em queda

A economia da Alemanha está caminhando para entrar em uma recessão e deve encolher cerca de 1% em 2023, disseram economistas do Deutsche Bank em relatório.

A empresa é o maior banco da Alemanha e estima que a queda no fornecimento de gás natural por parte da Rússia, uma desaceleração na economia dos Estados Unidos e outros fatores vão pesar contra o desempenho do país, trazendo a economia para o terreno da retração

Em relatório enviado para clientes, o Deutsche Bank disse que a inflação recorde ainda não atingiu o pico no país e ressaltou que a queda no fornecimento de gás russo aumentou os níveis de alerta em toda a Europa e particularmente na Alemanha por causa de sua forte dependência do gás russo.

Uma das principais preocupações é que o Kremlin não retome o fluxo de envio após o fechamento do gasoduto Nord Stream 1 para uma manutenção programada.

“Parece razoável supor que a Rússia continuará procurando maneiras de interromper a atividade econômica na Europa em retaliação às sanções ocidentais e ao apoio financeiro e militar à Ucrânia”, disseram os economistas. “Isso pode não significa necessariamente um corte completo do fornecimento, mas o impacto na produção industrial e a incerteza econômica provavelmente levarão a economia alemã à recessão no segundo semestre de 2022.”