Passagem aérea, batata e cebola são vilãs da prévia da inflação de maio

Índice no mês seria de 1,28%, acima da taxa de 0,59%, sem deflação de energia

A passagem aérea superou os legumes e foi a principal vilã da inflação medida pelo IPCA-15 de maio divulgado nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), considerando as maiores variações na classificação geral por subitens. Com alta de 18,4% ante abril, a passagem de avião acumula inflação de 89,19% em 12 meses encerrados em maio.

Em maio, na variação mensal do IPCA-15, a passagem aérea foi também o produto que mais aumentou em quatro das 11 regiões metropolitanas pesquisadas: Rio de Janeiro (40,6%), Goiânia (24,77%), São Paulo (21,58%) e Recife (17,54%).

Isso não quer dizer que os preços da feira deram trégua para o bolso do consumidor. A batata-inglesa foi a segunda maior alta dentro do indicador em maio ante abril e a cebola, a terceira, com avanços de 16,78% e de 14,87%, respectivamente, também na variação mensal.

No mesmo período, o maracujá ficou 14,49% mais caro e ocupou o quarto lugar na classificação. Pimentão e banana-da-terra vieram logo depois, com alta de 11,91% e 11,46%, respectivamente.

A cenoura, grande vilã do início deste ano, teve a maior queda de preços dentro do IPCA-15, com recuo de 16,19% nos preços de maio ante abril. No acumulado em 12 meses, porém, o legume ainda continua no topo da lista, com alta 146,31%, seguido pela passagem aérea.

A abobrinha, nesse critério dos 12 meses, vem em terceiro, com 81,1%, seguida de perto pelo tomate, com 80,48%. Café moído é o sexto com maior alta em 12 meses, com 66,36%, pesando no bolso para quem quer garantir a bebida tradicional da mesa brasileira.

Adicionar mais leite na média pode ajudar, mas não tanto, principalmente mais recentemente. O leite longa vida ficou 28,04% mais caro nos 12 meses encerrados em maio e neste mês já ocupou o novo lugar entre as maiores altas do IPCA-15, com aumento de 7,99% no preço ante abril.

Índice seria maior sem deflação de energia

A deflação de 14,09% da energia elétrica ajudou a segurar a inflação medida pelo IPCA-15 em maio, que ficou em 0,59%, ante 1,73% em abril. Ainda assim, o resultado foi o maior para um mês de maio desde 2016, quando tinha sido de 0,86%.

A energia elétrica teve um impacto de –0,69 ponto percentual. Ou seja, sem essa influência, a alta do IPCA-15 teria sido de 1,28%.

A queda do preço reflete a adoção da bandeira verde, que passou a valer em 16 de abril, em que não há cobrança adicional na conta de luz. Desde setembro de 2021, estava em vigor a bandeira escassez hídrica, com acréscimo de R$ 14,20 a cada 100 kWh consumidos.

Considerando as 11 regiões pesquisadas pelo IBGE, a maior deflação na energia elétrica foi registrada em Curitiba (-17,62%), enquanto a menor foi em Fortaleza (-2,18%), onde houve reajuste de 24,23% nas tarifas, válido desde 22 de abril. Na mesma data, foi aplicado um reajuste tarifário de 20,97% em Salvador (-4,82%) e, no dia 29 de abril, um reajuste de 18,77% em Recife (-8,20%).

Apesar da deflação de 14,09% pelo IPCA-15 em maio, o preço da energia elétrica ainda acumula alta de 9,29% no resultado acumulado em doze meses. Em 2022, há um recuo acumulado de 12,82% no item.