Para Itaú, ciclo de alta da taxa Selic pode ser maior e mais longo

Banco projeta mais duas elevações, com os juros básicos indos a 11,75% ao ano

Na reunião marcada para esta semana (1 e 2 de fevereiro), o Itaú Unibanco considera que o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) vai subir a taxa Selic em 1,5 ponto percentual – elevando os juros básicos da economia a 10,75% ao ano.

“Tal decisão é consistente com a comunicação da autoridade até o presente momento, que busca perseverar na estratégia de aperto monetário, avançando significativamente em território contracionista, até que haja consolidação, tanto do processo de desinflação quanto da ancoragem das expectativas em torno das metas”, destaca o banco em relatório assinado por seu economista-chefe, Mario Mesquita.

Na nota, a instituição financeira avalia também que o colegiado pode sinalizar uma redução moderada no ritmo de alta na reunião seguinte. “Naturalmente, o Copom deve enfatizar que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar a convergência da inflação para suas metas”, escreve Mesquita.

A expectativa do Itaú é que a Selic suba mais 1 ponto percentual – para 11,75% ao ano – no encontro de março. Ainda assim, diante da persistência da inflação em patamar elevado, o banco não descarta um aperto monetário maior.

“Ao nosso ver, a decisão de encerrar o ciclo de aperto será motivada pelo recuo das expectativas de inflação para 2023, desaceleração da atividade econômica e reconhecimento dos efeitos defasados da política monetária”, ressalta o economista-chefe. “No entanto, as condições correntes e projeções de inflação podem pressionar na direção de manutenção do ritmo de 1,5 ponto percentual em março e/ou sinalização de continuidade do ciclo”, completa.