Nubank diz que vai investir 1% do seu caixa em bitcoin; ação tem novo dia de forte queda

Segundo a fintech, a América Latina é a região do mundo que mais cresce na adoção de criptomoedas

O Nubank informou que vai alocar aproximadamente 1% do seu caixa em bitcoins. Segundo o banco, esse movimento reforça a convicção da empresa no potencial atual e futuro do bitcoin na disrupção dos serviços financeiros na região. Apesar do anúncio, as ações do banco despencam novamente hoje, renovando mínimas históricas, em meio a mais um dia de perdas nos mercados acionários americanos.

O Nubank não informa valores aplicados. No fim de dezembro, o caixa e equivalentes de Nu Holdings era de US$ 2,706 bilhões. Ou seja, 1% disso seria cerca de US$ 27,056 milhões (ou R$ 138,062 milhões no câmbio atual).

O anúncio foi feito juntamente com a notícia de que o Nubank vai oferecer a seus clientes a , a partir de R$ 1 real. O produto é operacionalizado em parceria com a Paxos, provedor líder de infraestrutura de blockchain, que atua como corretora e realiza a custódia das criptomoedas no app do Nubank. A aliança com a Paxos garante, ainda, a proteção global dos ativos dos clientes pelos principais reguladores de ativos digitais.

A Paxos também é parceira do Mercado Pago, que lançou os investimentos em criptomoeda, também a partir de R$ 1, em dezembro do ano passado, alcançando grande sucesso. O Mercado Pago, inclusive, anunciou em janeiro um investimento estratégico na Paxos.

“Não existem dúvidas que as criptomoedas são uma tendência crescente na América Latina. Temos acompanhado o mercado de perto e acreditamos que existe um potencial transformacional na região”, explica em nota David Velez, CEO e fundador do Nubank.

“Estamos empolgados com esta parceria com o Nubank para oferecer aos seus mais de 50 milhões de clientes no Brasil uma experiência de negociação segura e acessível para transação de criptomoedas. O alcance e o impacto da empresa no país garantem que ainda mais pessoas possam mergulhar neste universo”, afirma Charles Cascarilla, co-fundador e CEO da Paxos.

Segundo o Nubank, hoje a América Latina é a região que cresce de forma mais acelerada na adoção de criptomoedas em todo o mundo. Apenas o Brasil é responsável por 25% dos mais de US$ 500 bilhões transacionados em criptomoedas no continente latino-americano, de acordo com pesquisa feita pela Chainalysis.

O Nubank também reforçou seu compromisso ambiental de ser sempre carbono neutro, tendo já contratado uma consultoria especializada para apoiar na integração do novo produto de criptomoedas ao processo existente.

Por volta das 14h45, as ações do Nubank despencavam 10,03%, a US$ 3,92. Desde o IPO, em 8 de dezembro, quando foi precificado a US$ 9, o papel acumula queda de 56,4%. No início, chegou a valer mais que o Itaú, sendo a instituição financeira mais valiosa da América Latina. Hoje, é avaliado em US$ 20,27 bilhões, menos da metade do rival tradicional, que vale US$ 41,08 bilhões.