IF HOJE: Setor de serviços cai 0,2% em fevereiro, segunda taxa negativa seguida

O mercado estimava um crescimento de 0,8% no mês

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) informou nesta terça-feira (12) que o setor de serviços recuou 0,2% na passagem de janeiro para fevereiro, na série com ajuste sazonal. Foi a segunda queda mensal seguida do setor, que agora acumula uma perda de 2% nos dois primeiros meses de 2022. O volume de serviços se encontra 5,4% acima do nível de fevereiro de 2020 (pré-pandemia) e 7% abaixo de novembro de 2014 (ponto mais alto da série histórica).

No confronto com fevereiro de 2021, na série sem ajuste sazonal, o o setor assinalou a 12ª taxa positiva consecutiva ao avançar 7,4% em fevereiro de 2022. Já o indicador acumulado nos últimos doze meses, ao passar de 12,2% em janeiro para 13,0% em fevereiro de 2022, manteve a trajetória ascendente iniciada em fevereiro de 2021 (-8,6%).

Por que importa?

O setor de serviços é um dos mais importantes da economia e seu desempenho é fundamental para a retomada dos empregos e da renda no Brasil.

Como impacta seus investimentos?

O mercado estimava um crescimento de 0,8% em fevereiro, o que reforça os sinais de desaceleração da economia brasileira. O viés negativo pode contribuir para uma desvalorização dos ativos ligados ao setor. Principalmente com as perspectivas de uma inflação ainda em patamar alto e a taxa Selic em elevação, podendo ir acima de 13% ao ano no fim do ciclo de aperto monetário.

Fique por dentro:

Lockdowns já afetam a economia da China, e venda de carros cai

Os rígidos lockdowns contra a covid-19 em Xangai e outros centros industriais estão começando a afetar a economia da China. As vendas de automóveis caíram forte em março, enquanto a inflação teve a maior alta em três meses. As vendas de carros na China caíram para 10,5% ao ano em março, para 1,58 milhão de veículos, com as medidas para conter surtos paralisando as fábricas de automóveis, atrasando as entregas e impedindo os consumidores de visitar concessionárias, segundo informou ontem a Associação de Carros de Passageiros da China. Já inflação subiu 1,5% ao ano em março, segundo o Departamento Nacional de Estatísticas. Trata-se da maior alta em três meses, com os lockdowns nas cidades elevando os preços aos consumidores.

Economia dos EUA está navegando por “águas turbulentas”, diz assessor de Biden

O principal conselheiro econômico da Casa Branca, Brian Deese, disse nesta segunda-feira (11) que o país poderá enfrentar um período turbulento nos próximos meses, devido à inflação elevada e outros problemas relacionados aos lockdowns na China e à invasão da Ucrânia pela Rússia. “Estamos enfrentando muita incerteza, passando por águas turbulentas agora”, afirmou Deese, em uma entrevista à agência Bloomberg. “[Mas] os EUA provavelmente estão mais bem posicionados do que qualquer outra grande economia para navegar efetivamente por elas.” As declarações de Deese ocorrem quando economistas veem um risco crescente de recessão nos EUA. A avaliação é que a força da recuperação econômica estimula a inflação e provavelmente resultará numa reação mais forte do Federal Reserve (Fed), o banco central americano.

Rússia deixará de ser uma superpotência energética, diz Yergin

“A grande rivalidade entre as potências criará desafios para a economia mundial, como a competição acirrada por recursos e a pressão adicional pelo que se tornará uma cadeia de fornecimento cada vez mais estressada rumo ao carbono zero”, vaticina Daniel Yergin na edição atualizada do seu último livro “The New Map: Energy, Climate and the Clash of Nation” (2021). O especialista americano de 75 anos, tido como um dos gurus do mercado de energia, identifica um novo mapa global desenhado a partir de transformações geopolíticas e energéticas profundas e rápidas em poucas décadas. O livro foi publicado antes da guerra da Rússia na Ucrânia. Até ali, a China parecia ser a maior ameaça ao status quo. Em entrevista ao Valor, Yergin, que é vice-presidente da S&P Global e vencedor do prestigiado prêmio Pulitzer com seu livro “Petróleo” (2012), afirma que a Rússia não será mais uma superpotência energética, pois deixa de ser fornecedor confiável, e dependerá cada vez mais da China.

Para acompanhar hoje:

09h: crescimento do setor de serviços em fevereiro
09h30: inflação dos EUA em março
13h10: discurso de Brainard, membro do Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto do Fed, o bc americano)
14h30: fluxo cambial estrangeiro no Brasil
18h30: discurso de Barkin, membro do Fomc

(Com Valor Econômico)