IF HOJE: Analistas têm expectativa de alta da Selic superior a 1,5 ponto na reunião do Copom

O Comitê de Política Monetária do Banco Central faz, nesta quarta-feira (27), a mais tensa discussão dos últimos tempos sobre os juros brasileiros

O Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) faz, nesta quarta-feira (27), a mais tensa reunião sobre os juros brasileiros dos últimos tempos.

A inflação ameaça fugir do controle. Na terça (26), o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de outubro, divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), foi uma surpresa negativa: ficou em 1,2%, contra a previsão média do mercado financeiro de 0,97%. No acumulado de 12 meses, chega a 10,34%. Depois dessa notícia, os analistas do mercado financeiro, que previam uma elevação de 1 ou 1,25 ponto percentual da Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira, passaram a apostar em 1,5 ponto percentual. Há quem fale em um “choque” de até 3 pontos.

Além disso, o ministro da Economia, Paulo Guedes, repassou a Roberto Campos Neto, presidente do BC, a tarefa de remediar, com os juros, os efeitos do descumprimento do teto de gastos por conta do pagamento do Auxílio Brasil com vistas à eleição de 2022.  

Por que importa?

A taxa de juros é a principal ferramenta do BC para proteger o valor da moeda brasileira, que vem caindo substancialmente. Quando a Selic sobe, empresas e consumidores se sentem desestimulados a tomar crédito para investir na produção ou adquirir bens, a economia esfria e a alta dos preços desacelera. 

Como afeta seus investimentos

 De maneira geral, o aumento dos juros torna as aplicações em renda fixa mais atraentes e reduz a atratividade das ações. Com juros maiores, por que correr riscos na Bolsa? A seleção de aplicações precisa ser mais cuidadosa, porque há empresas que ganham com a alta da Selic e com outras circunstâncias da economia neste momento, como o câmbio entre dólar e real subindo.

Fique por dentro

CPI da Covid aprova relatório que pede indiciamento de Bolsonaro e outros 79

O texto, apresentado pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL) foi aprovado por 7 votos a 4, em sessão nesta terça-feira (26), e recomenda que o presidente Jair Bolsonaro seja investigado e, eventualmente, responsabilizado em três frentes: por crimes comuns, por crimes de responsabilidade e por crimes contra a humanidade.

As suspeitas de crime comum serão encaminhadas à Procuradoria-Geral da República (PGR), que avaliará uma possível denúncia criminal contra Bolsonaro. Já as de crime de responsabilidade vão para análise da Câmara dos Deputados, para possível abertura de processo de impeachment. Por fim, as acusações de crimes contra a humanidade serão enviadas ao Tribunal Penal Internacional, onde o presidente poderia sofrer um processo.

Além do presidente, o relatório pede o indiciamento de ex-ministros, ministros, políticos, servidores públicos, empresários, membros do chamado “gabinete paralelo” – e duas empresas, a Precisa Medicamentos e a VTCLog.

Levante pelo clima na McKinsey

Um movimento contra empresas poluidoras do planeta está se formando dentro da empresa de consultoria mais influente do mundo, a McKinsey. Uma carta assinada por mais de 1.100 funcionários da consultoria pede mudanças na firma que assessora ou já trabalhou pelo menos 43 das 100 empresas mais prejudiciais ao meio ambiente. Isso acontece enquanto os líderes mundiais se preparam para se reunir em Glasgow, na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, que começa no domingo (31). “A crise climática é a questão definidora de nossa geração”, escreveram os consultores da McKinsey. “Nosso impacto positivo em outras esferas não significará nada se não agirmos enquanto nossos clientes alteram a Terra de forma irrevogável.”

Para prestar atenção hoje

No Brasil

9h: Índice de Preços ao Produtor, que acompanha a mudança média dos preços de venda recebidos pelos produtores domésticos de bens e serviços.

9h: O IBGE informa os dados da Pnad contínua. A expectativa é que mostre uma queda do desemprego para 13,5% no trimestre encerrado em agosto, ante 13,7% do trimestre que acabou em julho.

14h: Começa o segundo dia da reunião do Copom, que divulga, no final da tarde, decisão sobre a taxa básica de juro, a Selic.

14h30: Divulgação do Relatório mensal da dívida pública do Tesouro Nacional 

Nos Estados Unidos

11h30: Sai o relatório sobre a variação de estoques de petróleo bruto por empresas dos EUA, que mede a mudança semanal no número de barris mantidos por companhias americanas. O nível dos estoques influencia o preço dos produtos petrolíferos, o que pode ter impacto na inflação. Analistas projetam alta de 1,914 milhão de barris – a ser confirmada.