Dólar fecha em queda de 0,45%, a R$ 4,96, após três pregões consecutivos em alta

Os mercados refletem as preocupações com os impactos das restrições de combate ao coronavírus na China e pelas apostas de uma alta dos juros nos EUA

Após passar praticamente metade da sessão em alta, o dólar comercial inverteu o sinal e firmou queda, encerrando o dia abaixo dos R$ 5. A mudança de rumo veio com a melhora do clima no exterior e, segundo analistas, também foi impulsionada por fortes fluxos de capital no início da tarde.

Assim, o dólar comercial fechou o dia sendo negociado a R$ 4,9675, em queda de 0,45% no mercado à vista. Na mínima, chegou a R$ 4,9280. Por volta das 17h, o dólar futuro para maio caía 0,95%, para R$ 4,9595.

No exterior, o índice DXY, que mede o desempenho do dólar contra uma cesta de seis divisas fortes no exterior, operava em alta de 0,66%, aos 102,97 pontos.

O que está mexendo com os mercados?

Os mercados globais seguem guiados nos últimos dias pelas preocupações com os impactos das restrições de combate ao coronavírus na China e pelas apostas de uma alta mais agressiva dos juros nos EUA em razão da disparada da inflação em todo o mundo.

Juros mais altos nos EUA elevam a atratividade de se investir na segura renda fixa norte-americana, o que tende a aumentar o ingresso de recursos na maior economia do mundo e, consequentemente, valorizar o dólar frente a outras moedas.

Por aqui, o IBGE divulgou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) – considerado uma prévia da inflação oficial do país – ficou em 1,73% em abril, a maior taxa para o mês desde 1995, quando ficou em 1,95%. Com o resultado, a taxa bateu 12,03% em 12 meses.

“O repique do dólar, caso não seja interrompido, tenderá a aumentar a pressão para que o Copom estenda o ciclo de ajuste da taxa básica Selic para além de maio – ainda mais num contexto em que as expectativas de mercado para a inflação doméstica continuam a se deslocar para cima”, destacou em relatório a LCA Consultores.