Defasagem deve fazer Petrobras reajustar gasolina e diesel

O último aumento nas refinarias ocorreu em 11 de março, há quase 60 dias

Analistas do mercado avaliam que a Petrobras pode anunciar nos próximos dias um reajuste dos combustíveis vendidos em suas refinarias. O último aumento ocorreu em 11 de março, há quase 60 dias. A estimativa é que a defasagem da gasolina em relação à paridade internacional esteja entre 15% e 20%, enquanto a defasagem do diesel esteja no intervalo de 20% a 25%.

“Isso significa que a Petrobras precisa reajustar os preços brasileiros dos respectivos combustíveis para evitar a arbitragem e consequentemente o desabastecimento”, afirma Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos.

O especialista esclarece que, geralmente, os reajustes são inferiores ao indicado pela defasagem estrita. “Apostamos em uma elevação de cerca de 9% na gasolina, ao passo que o diesel deve ser reajustado em cerca de 13%”, acrescenta Sanchez.

A situação, conforme o Valor Econômico, é mais complexa no caso do diesel. Uma recomposição parcial do preço do combustível seria importante, neste momento, também para outros agentes do mercado, como refinarias privadas e importadores.

À medida em que a Petrobras segura os reajustes inibe a importação, uma vez que o preço do importado chega ao Brasil mais caro do que o vendido nas refinarias da companhia. Por isso, um novo aumento, se confirmado, pode facilitar a compra do produto no exterior por empresas de menor porte.

No mercado doméstico, a demanda por diesel segue em alta e há preocupações de que o crescimento do consumo, puxado pelo agronegócio, leve ao desabastecimento no segundo semestre em algumas regiões. A hipótese tem sido negada pela empresa e pelo governo.