CVM resolve acusar ‘Faraó dos Bitcoins’ na esfera administrativa por pirâmide de criptomoedas

Com essa acusação, a CVM pode passar a investigar casos de golpes envolvendo criptoativos
Pontos-chave:
  • Santos é suspeito de captar recursos de clientes e de ter movimentado mais de R$ 38 bi.
  • A Polícia Federal conseguiu reunir elementos que apontam que Santos aplicava parte dos recursos dos clientes em criptoativos.

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) obteve elementos para realizar uma acusação na esfera administrativa contra o empresário Glaidson Acácio dos Santos, mais conhecido como “Faraó dos Bitcoins”.

Dessa forma, a imputação envolve operações fraudulentas e irregularidades no mercado de capitais brasileiro.

Além disso, a acusação, que foi noticiada pelo jornal “O Globo”, se deu após a autarquia ter tido acesso a dados e provas coletados pela Polícia Federal, que conduziu a Operação Kryptos, e prendeu o empresário no ano passado.

‘Faraó dos Bitcoins’ é acusado de movimentar mais de R$ 38 bi

De acordo com o Ministério Público Federal, Santos é suspeito de captar recursos de clientes e de ter movimentado mais de R$ 38 bilhões a partir de negócios com criptoativos.

Então, em 2019, depois de receber algumas denúncias, a CVM tinha entendido que, apesar de indícios de pirâmide financeira, o caso não envolvia valores mobiliários, que é o foco de sua atuação como reguladora do mercado de capitais.

Dessa maneira, portanto, as acusações estavam fora de seu escopo de atuação.

Aplicação de valores em moedas digitais

No entanto, a Polícia Federal conseguiu reunir elementos que apontam que Santos aplicava, de fato, parte dos recursos dos clientes em criptoativos, de acordo com a reportagem.

Inclusive, uma das evidências apontadas pela PF é a de a ex-mulher do empresário, a venezuelana Mirelis Diaz Zerpa, teria efetuado saques de mais de R$ 1 bilhão em bitcoins.

Já outro indício seria a de que o casal teria aberto contas em corretoras de criptoativos como a Binance, informou o jornal.

Portanto, essa acusação na esfera administrativa cria precedentes para que a CVM passe a investigar casos de golpes envolvendo criptoativos, que têm aumentado e muito nos últimos anos.