Crise geopolítica na Ucrânia pode durar meses e trazer volatilidade, avalia Goldman Sachs
- No documento apresentado pelo banco nesta sexta-feira, ainda há um direcionamento em relação ao que o investidor deve fazer neste momento de instabilidade
A crise geopolítica envolvendo a Ucrânia, a Rússia e o Ocidente (principalmente os Estados Unidos) pode durar alguns meses ainda e trazer instabilidade para o mercado de ações. Um desfecho positivo, no entanto, deve ser resultado de um cálculo entre os países, na avaliação do banco Goldman Sachs.
“Isso pode levar vários meses, durante os quais a possibilidade de surtos [no mercado financeiro] como o que estamos experimentando agora permanece elevada”, disse o banco em relatório. “Mas acreditamos que ambos os lados irão, em última análise, calcular que o conflito militar tem um custo econômico e político muito alto para valer a pena.”
O banco ainda pontua que sanções contra a Rússia pelo Ocidente podem trazer danos de longo prazo no crescimento do país, podendo despertar desconfiança entre a população, “como ilustram os protestos na Bielorrússia em 2020, na Rússia no início de 2021 e no Cazaquistão neste ano”.
Mas não só a Rússia seria penalizada neste embate. A União Europeia, segundo o Goldman, também seria impactada uma vez que 40% de suas importações de gás e 30% das de petróleo vêm justamente dos russos. “Ainda achamos improvável que os fluxos de energia sejam significativamente interrompidos mesmo no caso de uma invasão militar: uma interrupção prolongada das exportações de energia para a Europa prejudicaria significativamente a economia russa”, afirmou o banco.
No documento apresentado pelo banco nesta sexta-feira, ainda há um direcionamento em relação ao que o investidor deve fazer neste momento de instabilidade. “Apesar da volatilidade recente, é importante lembrar que ainda estamos em um ambiente de robusto crescimento econômico e de lucros. Neste caso, esperamos alta para os mercados de ações ao longo do ano”, disse o banco.
Para o Goldman, os preços da energia provavelmente subirão ainda mais no caso de uma nova escalada na situação, e independentemente da situação na Ucrânia, eles esperam que os preços do petróleo subam mais neste ano graças ao aumento da demanda e da oferta ainda um pouco restrita.
Com Valor Pro, serviço de informação em tempo real do Valor Econômico.