Confiança do consumidor cai em maio com peso da inflação e dificuldade de obter emprego

Índice calculado pela FGV recuou 3,1 pontos no mês, para 75,5 pontos

O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) recuou 3,1 pontos em maio, para 75,5 pontos. Em médias móveis trimestrais, o índice caiu 0,8 ponto, para 76,3 pontos.

“Os últimos resultados da confiança do consumidor mostram que apesar da melhora da pandemia e do pacote de incentivos para alívio da pressão financeira das famílias, a inflação e a dificuldade de obter emprego continuam impactando negativamente as famílias, principalmente as de menor renda. Além disso, há uma preocupação com a perspectivas futuras que serão afetadas por um ano eleitoral que promete ser bastante acirrado. O cenário para os próximos meses não sinalizam uma tendência clara de recuperação, principalmente diante dos desafios expostos”, afirma Viviane Seda Bittencourt, coordenadora das sondagens do FGV Ibre, em comentário no relatório.

Em maio, a queda do ICC foi influenciada apenas pela piora das expectativas para os próximos meses, enquanto a avaliação sobre a situação atual se manteve estável. O Índice de Situação Atual (ISA) continua com 69,1 pontos e o Índice de Expectativas (IE) recuou 5,1 pontos, para 81,0 pontos, menor desde janeiro (80,7 pontos).

A percepção dos consumidores sobre o momento se manteve relativamente estável, com o indicador que mede a situação econômica variando -0,2 ponto para 76,2 pontos e o que mede a situação financeira familiar 0,2 ponto para 62,6 pontos, ambos baixos em termos históricos.

Entre os quesitos que compõem o ICC, o que mais influenciou a queda esse mês foi o que mede à situação financeira familiar nos próximos meses. Após três meses de alta, o indicador recuou 9,6 pontos, para 81,3 pontos, pior resultado desde novembro de 2021 (80,0 pontos). As perspectivas sobre a situação econômica também se tornaram mais pessimistas, com queda de 4,9 pontos no indicador para 96,7 pontos, menor desde março de 2021 (92,1 pontos).

Houve queda da confiança em todas as faixas de renda exceto para as famílias com renda mensal entre R$ 2.100,01 e R$ 4.800,00. A queda mais intensa da confiança ocorre para os consumidores com nível de renda mais baixo (R$ 2.100,00 mensais), cujo ICC recuou 9,4 pontos, para 66,8, menor valor desde dezembro de 2021.