Calendário de dividendos: Petrobras paga R$ 1,43 por ação em junho; confira a agenda para o mês

Veja a lista de empresas pagadoras de proventos durante o mês de junho

Uma das formas de ganhar dinheiro com ações é recebendo dividendos. Há pessoas que investem na Bolsa de Valores só para ter uma parte dos lucros das empresas – uma estratégia muito recomendada por especialistas em investimentos.

Ganhar dinheiro é bom, claro, mas alguns indicadores mostram ao investidor que uma empresa nem sempre será capaz de continuar distribuindo seus lucros. O ideal é que a distribuição de dividendos seja sustentável. Conhecer os fatores que levam uma empresa a repassar os lucros é essencial para fazer esse tipo de avaliação. Veja logo mais como identificar estes fatores.

Este mês, 43 empresas devem pagar dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) aos investidores. Na primeira quinzena, os proventos mais polpudos ficam por conta da holding Monteiro Aranha, de participações imobiliárias, que paga nesta quarta-feira (1) dividendos de R$ 1,31 por ação e JCP de R$ 0,735.

Já a Petrobras paga no dia 20 de junho dividendos de R$ 1,43 por ação ordinária (PETR3) e preferencial (PETR4), somados a juros sobre capital próprio de R$ 0,43 para ambos os papéis. A estatal é o destaque entre as pagadoras de proventos na segunda quinzena do mês.

Veja a seguir a lista de empresas pagadoras de proventos durante o mês de junho.

Por que uma empresa paga dividendos?

As empresas de capital aberto não são obrigadas a pagar dividendos a seus acionistas . A principal razão para pagar dividendos é atrair investidores. Além da remuneração direta aos acionistas, as empresas podem destinar seus lucros ao pagamento de dívidas, novos investimentos e recompra de ações.

A distribuição de dividendos acontece preferencialmente em duas ocasiões: quando o endividamento da empresa está controlado e ela não precisa quitar débitos naquele momento ou quando a companhia está em um mercado já saturado, sem espaço para grandes novidades. Neste caso, a empresa prefere atrair investidores através de dividendos porque isso lhe dará um retorno maior do que um novo projeto, por exemplo, que precisa ser testado, implementado e ainda leva um tempo incerto para dar retorno.

Os setores que mais pagam dividendos hoje na Bolsa brasileira são aqueles mais tradicionais: energia elétrica, bancos e commodities. Note o caso das elétricas: elas operam via concessões e não há necessidade de investir mais que o acordado com o Estado, por isso o lucro é usado para remunerar os acionistas.

A mesma lógica vale para os grandes bancos: eles são bons pagadores de dividendos porque já têm suas posições consolidadas no setor e, para eles, o retorno da remuneração de acionistas é alto, já que isso atrai investidores e coloca mais dinheiro na operação.

Como saber se os dividendos são sustentáveis?

Muitos investidores montam carteiras de dividendos. Eles compram ações pensando apenas na bonificação que as empresas vão pagar por papel. Estes precisam ficar de olho nos balanços para saber se esses pagamentos são sustentáveis e vão acontecer por muito tempo. João Daronco, analista da Suno Research, explica que a primeira coisa que o investidor precisa olhar é se o lucro da companhia é frequente. “Algumas empresas podem ter ganhos pontuais após ações na justiça, por exemplo”, comenta Daronco.

Um indicador importante é o payout, que é o percentual do lucro que a empresa destinou ao pagamento de dividendos. Se o lucro da empresa foi de R$ 500 milhões em um ano e ela pagou R$ 250 milhões em dividendos, o payout é de 50%. “Um payout normal fica em torno de 25% dos lucros. Já as boas pagadoras de dividendos pagam de 50% a 60%” explica Daronco.

Quem está analisando o pagamento de dividendos de uma empresa também precisa olhar para a geração de caixa da companhia. Para remunerar os acionistas a empresa precisa ter um bom fôlego no caixa para não correr o perigo de ficar descoberta em caso de emergências. Portanto, o lucro não é o único fator que determina a sustentabilidade da distribuição de dividendos.

Com reportagem de Leonardo Guimarães, da IF.