BC da Inglaterra eleva juros pela 5ª vez e sinaliza que pode agir com mais força

O Banco da Inglaterra elevou nesta quinta-feira sua taxa de juros em 0,25 ponto percentual para 1,25% ao ano para combater a inflação

O Banco da Inglaterra (BoE) elevou nesta quinta-feira sua principal taxa de juros em 0,25 ponto percentual para 1,25% ao ano, e disse que medidas mais fortes podem ser necessárias para controlar a inflação. Foi a quinta alta feita pela autoridade monetária do Reino Unido.

O ímpeto do banco central para aumentar as taxas é limitado, contudo, por obstáculos crescentes ao crescimento. Isso inclui o aumento dos custos de energia causado pela guerra na Ucrânia e uma possível disputa comercial com a União Europeia, depois que o governo do Reino Unido apresentou uma legislação que permitiria rasgar partes de seu acordo do Brexit com o bloco.

Como nos EUA, o Reino Unido viu um aumento nos preços ao consumidor desde o início de 2021, impulsionado por custos de energia mais altos e gargalos na cadeia de suprimentos. Em resposta, o banco central do Reino Unido elevou sua principal taxa de juros em dezembro, enquanto o Federal Reserve anunciou seu primeiro movimento em março.

Embora tenha começado mais tarde, o Fed agiu mais rápido, aumentando sua taxa de juros em meio ponto percentual em maio e em 0,75 ponto na quarta-feira. O Fed sinalizou que continuará apertando a política este ano no ritmo mais rápido em décadas, enquanto corre para combater a inflação.

Já o BoE manteve seu ritmo mais cauteloso nesta quinta-feira, mas aumentou os custos de empréstimos em cinco reuniões consecutivas de seu Comitê de Política Monetária, uma sequência inigualável desde que o grupo de nove funcionários recebeu o controle sobre as taxas de juros em 1997.

Mas o banco central disse que pode deixar de lado a cautela e aumentar sua principal taxa de juros em meio ponto percentual em uma próxima reunião se parecer que a alta inflação está se tornando mais profundamente enraizada na economia do Reino Unido, em vez de ser importada de fora para o país sob a forma de preços mais elevados da energia e dos alimentos. “O Comitê estará particularmente alerta a indicações de pressões inflacionárias mais persistentes e, se necessário, agirá com força”, disse o banco central em comunicado.

Na conclusão da reunião, três dos nove membros do MPC votaram por um aumento mais forte da taxa básica, para 1,5% ao ano.

Com Dow Jones Newswires — Londres.