BB Investimentos corta preços-alvos de Americanas, Magazine Luiza e Via com cenário desafiador para varejistas

Segundo analistas, a Americanas está um pouco na frente das outras duas companhias em vendas

O BB Investimentos cortou os preços-alvos de Americanas, Magazine Luiza e Via de R$ 35,60 para R$ 27,40, R$ 7,50 para R$ 4,40 e R$ 5,40 para R$ 4,10, respectivamente, reiterando recomendação neutra para as três empresas. O banco atualizou estimativas para as companhias, incorporando resultados do primeiro trimestre e um cenário macroeconômico adverso.

O que é preço alvo?

O preço alvo de uma ação é o preço projetado pelo analista para esse papel em uma determinada data. Geralmente, ele é calculado usando a metodologia de fluxo de caixa descontado somada a outras projeções dos analistas. O objetivo é ver o potencial de valorização ou desvalorização da ação.

Para determinar o valor esperado para uma ação e saber qual o seu preço alvo, o analista de ações projeta o fluxo de caixa da empresa para o ano, avaliando o quanto ela deve lucrar durante esse período.

Esse lucro projetado da empresa é trazido a valor presente. Ou seja, tem-se o lucro futuro, e logo o valor da empresa futuro, hoje. Pelo valor que a empresa tem calcula-se o valor de cada ação.

Por que caíram os preços-alvos de Americanas, Magalu e Via?

“No que se refere ao contexto macroeconômico, contemplamos no ‘valuation’ um cenário ainda bastante árduo para o consumo doméstico, em especial de bens duráveis, dada a manutenção de ambas a inflação e a taxa de juros em níveis elevados”, comenta a analista Georgia Jorge.

Ela enxerga Americanas um pouco na frente das outras duas companhias em termos de vendas de lojas física e on-line de estoque próprio, dada a elevada diversificação de produtos de menor valor agregado em suas lojas, com uma exposição a bens duráveis inferior à da Magazine Luiza e da Via.

Em vendas de marketplace, o banco enxerga que tanto Magazine Luiza e Americanas vêm apresentando evolução positiva ao longo dos últimos anos, o que já torna a base comparativa bastante forte, com crescimento bastante favorável no primeiro trimestre.

No caso da Via, a analista diz que como a empresa vinha de uma base comparativa, em termos de valores absolutos, inferior a de seus pares, mantivesse um crescimento maior do marketplace por mais tempo, o que não foi o que aconteceu, levando o banco a questionar a capacidade da companhia em manter esse canal.

Duelo de ações: Via ou Magalu, em qual investir?

O varejo passa por momentos extremamente desafiadores atualmente. Com inflação e juros altos, as margens do setor estão sendo cada vez mais pressionadas. Porém, muitos investidores gostam do setor e não abrem mão de ter um representante na carteira. Magazine Luiza e Via são dois dos principais nomes do varejo na Bolsa brasileira, mas qual ação é melhor?