Banco Central: Chance de inflação estourar teto da meta é de 100% em 2022

Para 2023, a autoridade monetária apontou que a probabilidade é de 29%

A probabilidade de o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) terminar 2022 abaixo do piso da meta é 0% e de ficar acima do teto é 100%, de acordo com as estimativas feitas pelo Banco Central (BC) no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de junho. O documento foi divulgado na manhã desta quinta-feira (30).

Para 2023, a chance de ficar abaixo do piso é 5% e a de ficar acima do teto é 29%. Para 2024, a chance de ficar abaixo do piso é 19% e a de ficar acima do teto é 10%.

Essa projeção leva em conta cenário com a trajetória da taxa de juros extraída da pesquisa Focus, que termina 2022 em 13,25% ao ano, vai para 10,00% em 2023 e para 7,50% em 2024.

Já a taxa de câmbio começa em R$ 4,90, a média da semana anterior à reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), e evolui de acordo com a paridade do poder de compra. Além disso, considera que o petróleo “segue aproximadamente a curva futura pelos próximos seis meses, terminando o ano em US$ 110/barril, e passa a aumentar 2% ao ano a partir de janeiro de 2023”.

Pelo regime de metas, o BC deve perseguir IPCA de 3,5% em 2022, 3,25% em 2023 e 3% em 2024. O sistema prevê um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais e para menos. Atualmente, a autoridade monetária mira integralmente na inflação de 2023.

Quando a inflação anual fica fora do intervalo de tolerância, o presidente do BC precisa escrever uma carta aberta ao ministro da Economia explicando os motivos que levaram ao não cumprimento da meta e detalhando ações que serão tomadas para corrigir o problema.

As projeções apresentadas acima usam o conjunto e informações disponíveis até a última reunião Copom, em 14 e 15 de junho.