Amazon tem primeiro prejuízo trimestral desde 2015; Apple registra lucro e distribui dividendos

Enquanto Andy Jassy, CEO da Amazon, disse que a pandemia e a guerra na Ucrânia trouxeram desafios incomuns, Tim Cook, da Apple, celebrou boa resposta do público aos novos produtos

A Amazon reportou prejuízo de US$ 3,84 bilhões no primeiro trimestre deste ano, revertendo o lucro líquido de US$ 8,11 bilhões registrados um ano antes. Diluído por ação, o prejuízo foi de US$ 7,56, ante lucro de US$ 15,79 no primeiro trimestre de 2021. Analistas consultados pela FactSet esperavam lucro de US$ 8,35 por ação. Esta foi a primeira perda trimestral desde 2015. A companhia diz que o prejuízo está relacionado à desvalorização da Rivian Automotive, na qual ela tem participação.

O presidente da companhia, Andy Jassy, disse que, além da pandemia, os conflitos entre Rússia e Ucrânia, iniciados no fim de fevereiro, refletiram em desafios incomuns, junto à emergência de covid-19. Segundo o executivo, a Amazon não busca mais capacidade física ou de pessoal, e sim a melhoria de produtividade e eficiências de custo. O que pode levar algum tempo, principalmente, pelas pressões inflacionárias e com os desafios na cadeia de suprimentos em curso.

As vendas líquidas da gigante de tecnologia cresceram 7,3%, para US$ 116,4 bilhões, em linha com a estimativa de mercado de aproximadamente US$ 116,5 bilhões. De qualquer forma, foi o crescimento mais lento em cerca de duas décadas, dizem analistas.

Com prejuízo no trimestre, as ações da gigante de tecnologia recuam 9,5% no pós-mercado da Nasdaq, em Nova York, a US$ 2.612. No pregão regular, os papéis subiram 4,65%, a US$ 2.891.

Apple lucra US$ 25 bilhões, com receita recorde

A Apple registrou lucro líquido de US$ 25,01 bilhões no segundo trimestre fiscal deste ano, alta de 5% em comparação ao mesmo período de 2021. A dona do iPhone reportou receita líquida de US$ 97,3 bilhões no período, alta de 9% no comparativo trimestral. O lucro diluído por ação ficou em US$ 1,52, ante US$ 1,40 registrados um ano antes.

O diretor-presidente da companhia, Tim Cook, afirmou que os resultados refletem a boa resposta do público aos novos produtos, além do progresso para que a cadeia de suprimentos e produtos se torne neutro em carbono até 2030.

O faturamento foi impulsionado pelas vendas de US$ 50,57 bilhões do iPhone, montante 5,5% acima do registrado no segundo trimestre fiscal do ano passado. A receita de serviços cresceu 17,3%, para US$ 19,82 bilhões, seguido pelo faturamento de US$ 10,43 da linha de computadores Mac, que avançou 14,6%.

O conselho de administração da companhia aprovou o pagamento de US$ 0,23 por ação ordinária em proventos, que serão pagos em 12 de maio para acionistas posicionados em 9 de maio. A diretoria aprovou também um aumento de US$ 90 bilhões no valor previsto para o programa de recompra de ações.

Por volta das 18h45, as ações da companhia registravam queda de 4,18% no pós-mercado da Nasdaq, em Nova York, cotadas a US$ 156,80, após operarem em leve alta. No pregão regular, os papéis avançaram 4,52%, para US$ 163,64.