Discussão sobre inflação e juros chacoalhou Bolsas do Brasil e dos EUA

No Ibovespa, o maior peso de empresas do setor de commodities garantiu um desempenho positivo

Enquanto durar a indefinição sobre o comportamento da inflação e dos juros no Brasil e nos Estados Unidos, o centro financeiro do mundo, os investidores em ações devem enfrentar muitos altos e baixos como o da semana que passou.

Cada índice econômico divulgado faz com que as expectativas para a taxa Selic e a taxa de juros americana sejam ajustadas. No Brasil, teve a ata da mais recente reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central), dando detalhes sobre o que motivou a decisão de aumentar em 1 ponto percentual a taxa básica de juros brasileira, que agora está em 13,75% ao ano.

Também saíram dados de vendas do varejo na terça (10) e de crescimento do setor de serviços na quinta (12). Na quarta (11), ficamos sabendo que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) registrou inflação de 1,06% em abril, a maior para esse mês desde 1996.

Nos EUA, foram nove comentários píublicos feitos por diretores do Fed (Federal Reserve, o banco central americano) e por membros do seu comitê de política monetária para alimentar os debates.

Na segunda (9) e na terça-feira (10), o Ibovespa, principal índice acionário da B3, a Bolsa de Valores brasileira, chegou a cair perto do menor nível do ano. Mas, depois, engatou três sessões de alta e conseguiu terminar a sexta (13) com ganhos acumulados de 1,7% na semana.

Já o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, não conseguiu ter essa recuperação: fechou a semana em queda de 1,49%.

A diferença entre os dois desempenhos se deveu essencialmente às disparidades entre as economias americana e brasileira, que são refletidas nas Bolsas. Na B3, as empresas relacionadas a commodities têm bastante peso.

Com o avanço do petróleo e do minério de ferro, muitas grandes companhias acabaram se beneficiando. Já em Nova York há muitas empresas de tecnologia, que são as que mais têm sofrido com a perspectiva de alta de juros para tentar controlar a inflação. Como os títulos públicos de renda fixa, mais seguros, estão pagando melhores retornos, os investimentos de maior risco vêm perdendo a atratividade.