Ibovespa engata segunda alta consecutiva de quase 2% puxada por petroleiras e siderúrgicas

PetroRio teve o maior avanço, de 8,2%, seguindo o aumento de 9,1% do petróleo no mercado internacional

Após sessão amplamente positiva ontem, a Bolsa de Valores brasileira B3 teve mais um pregão de forte alta nesta quinta-feira (17), apoiada nas ações de empresas que produzem commodities.

O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, subiu 1,77%, para 113.076 pontos. O maior ganho foi da ação da petroleira PetroRio (+8,2%, a R$25,05), que acompanhou a elevação de 9,1% do contrato futuro do petróleo tipo Brent, para US$ 106,97, devido à expectativa de que a Rússia diminua sua produção em meio à guerra com a Ucrânia. A siderúrgica CSN avançou 7,95%, para R$ 25,80.

A guerra na Ucrânia continua no centro das atenção. Pela manhã, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, negou que os negociadores russos tenham conseguido avanços substanciais nas negociações com a Ucrânia, mas destacou que as conversas prosseguiriam. O Kremlin também acusou Kiev de retardar as negociações.

No noticiário macro, agentes seguem traçando novos cenários de mercado após a “Super Quarta”. O Federal Reserve (Fed) elevou o juro americano em 0,25 ponto percentual, sinalizando mais seis altas de igual magnitude até o fim do ano e contemplando a possibilidade de início da redução de balanço em maio.

Enquanto o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, em linha com o esperado, aumentar a Selic em 1 ponto para 11,75% ao ano. A autoridade monetária já antecipou uma alta de juros de mesma intensidade para a próxima reunião, em maio, e afirmou que o aperto seguirá adentrando o terreno significativamente contracionista.

“O que pode pesar os ativos de maior risco é a sinalização de que o BC pode continuar fazendo elevações, demorando um pouco mais para concluir o ciclo de alta de juros. O comitê sinalizou para o mercado que na próxima reunião deve aumentar mais 1%, tentando reduzir incertezas. Mas, com o prolongamento do ciclo de aperto, o apetite do investidor pode pender cada vez mais para ativos de menor risco, atrelados à inflação”, diz Luiz Carlos Corrêa, sócio da Nexgen Capital.

(Do Valor PRO, o serviço de notícias em tempo real do Valor Econômico)