Bolsas da Ásia fecham em forte queda acompanhando NY

Bolsas chinesas são pressionadas pela preocupação com a desaceleração da economia devido aos lockdowns

As bolsas asiáticas fecharam em forte queda nesta sexta-feira (6), acompanhando o mau humor do mercado acionário americano, que recuou ontem depois de receber um impulso na quarta-feira dos comentários do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell.

O índice Hang Seng, referência da bolsa de Hong Kong, fechou em queda acentuada de 3,81%, a 20.001,96 pontos, enquanto o do Xangai composto recuou 2,16%, a 3.001,56 pontos. Em Seul, o Kospi fechou em queda de 1,23%, a 2.644,51 pontos. A exceção foi a bolsa de Tóquio, que avançou 0,69%, a 27.003,56 pontos, na volta de um fim de semana estendido devido ao feriado da “Semana Dourada”.

As bolsas americanas subiram na quarta-feira, depois dos comentários de Powell, que disse que o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) não está considerando “ativamente” acelerar a elevação dos juros com um movimento de 0,75 ponto percentual na próxima reunião, de junho.

A percepção de que os comentários foram mais “dovish” (menos favoráveis ao aperto monetário) ajudaram a empurrar as ações para cima e os rendimentos dos títulos do Tesouro americano (Treasuries) para baixo. Ontem, no entanto, os rendimentos dos Treasuries voltaram a subir, com o do papel de dez anos superando a marca dos 3%, e as bolsas caíram mais do que elas subiram na quarta-feira, com o Nasdaq, em especial, caindo 4,99% na sessão de ontem.

As bolsas chinesas foram pressionadas também pelos receios em torno dos lockdowns em dezenas de cidades do país para conter o avanço da covid-19. Os dados de atividade do PMI, divulgados ontem, indicaram que o setor de serviços recuou ao seu nível mais fraco em dois anos, desde o começo da pandemia global.

“O que precisamos ver para que o mercado acionário chinês funcione é os estímulos fiscais e monetários que o governo já começou a implementar começarem a permear a economia e a gerar mais apetite por crédito para empresas e famílias”, disse David Chao, estrategista de mercados para a Ásia da Invesco, à “Dow Jones Newswires”.