Bancos e construtoras sobem com otimismo sobre juros; Ibovespa tem alta de 1,8% na semana

Investidores reagem à afirmação do presidente do BC sobre fim do ciclo de alta da Selic

As ações da Bolsa de Valores brasileira, a B3, as dos bancos e as das construtoras se destacaram no pregão desta sexta-feira (21) com o aumento do otimismo dos investidores em relação ao rumo da taxa de juros.

O próprio presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que o ciclo de elevação da taxa básica Selic, atualmente em 9,25% ao ano, está perto do fim e que a inflação se aproxima do pico (para depois recuar).

À primeira vista, o aumento dos juros poderia significar mais ganhos para as instituições financeiras, que oferecem crédito. Mas, no atual cenário de desemprego e queda da renda, uma alta no custo do dinheiro levaria a um aumento dos calotes, daí os ganhos dos bancos na Bolsa hoje. A B3 também se beneficia das perspectivas para os juros porque, assim, a renda fixa fica menos atraente e a variável parece mais interessante.

Para o setor imobiliário, os ganhos são óbvios: quanto mais os juros sabem, mais caro e menos acessível fica o financiamento de casas e apartamentos.

No fechamento, o índice setorial das empresas do setor financeiro teve alta de 0,24%, com a ação da B3 subindo 2,9%, a R$ 13,64. O da construção civil saltou 2,23%. A JHSF, holding de incorporação imobiliária e administração de shopping centers, disparou 5,8%, a R$ 5,47.

O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, caiu 0,2% hoje, a 108.941 pontos. Na semana, ganhou 1,8%. As ações que mais tiveram valorização foram as que se beneficiam do fim do ciclo de alta dos juros, incluindo as varejistas.

A suspensão, pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), do prometido aumento de salário para os policiais federais contribuiu bastante para melhorar o clima no mercado no final da semana. O reajuste, que aumentaria o buraco no orçamento do governo, despertou o descontentamento de outras categorias de servidores os públicos.