Aumento do imóvel supera a inflação. É hora de comprar a casa própria?

Alta de 0,52% ficou acima do IGM-P (0,47%) e do IPCA-15 (0,21%)
Pontos-chave:
  • No acumulado deste ano, o valor de imóveis segue abaixo dos índices inflacionários
  • O financiamento imobiliário não pode ultrapassar 30% da sua renda líquida

O preço médio para comprar casa própria subiu mais que a inflação em julho, com alta de 0,52% no mês frente o IGP-M (0,47%) e a prévia da inflação oficial IPCA-15 (0,21%) do período. No acumulado deste ano, no entanto, o valor de imóveis do segmento segue abaixo dos índices inflacionários: o avanço foi de 3,5%, contra 5,62% do IPCA e 8,39% do IGP-M. O levantamento é do Índice FipeZap, que monitora anúncios de venda em 50 cidades brasileiras.

Sem considerar inflação, 49 das 50 cidades tiveram alta

No ano, houve alta nominal, que não considera o desconto da inflação, em 49 dessas cidades, sendo a única exceção Manaus, onde os preços tiverem uma queda de 0,39% no mês. Em julho, 44 cidades tiveram avanço real de preço, ou seja, maiores que a inflação do período.

O preço médio para comprar casa própria, considerando todas as cidades, ficou em R$ 8.120/m². São Paulo segue como a capital com o maior valor médio por metro quadrado (R$ 9.946/m²), seguida pelo Rio de Janeiro (R$ 9.798/m²), Vitória (R$ 9.528/m²), Florianópolis (R$ 9.118/m²) e Brasília (R$ 8.673/m²).

Quais são as cidades onde o imóvel custa menos?

Na outra ponta, entre as cidades com menor preço do metro quadrado para comprar casa própria aparecem Campo Grande (R$ 4.906/m²), João Pessoa (R$ 5.316/m²), Salvador (R$ 5.613/m²), Manaus (R$ 5.696m²) e Goiânia (R$ 5.775/m²).

Veja o aumento de preço médio das 16 capitais monitoradas pelo índice em julho:

  • Curitiba (+1,92%);
  • Vitória (+1,90%);
  • Maceió (+1,40%);
  • Goiânia (+1,37%);
  • Salvador (+1,18%);
  • João Pessoa (+1,04%);
  • Manaus (+0,96%);
  • Belo Horizonte (+0,93%);
  • Campo Grande (+0,82%);
  • Brasília (+0,67%);
  • Fortaleza (+0,62%);
  • Florianópolis (+0,60%);
  • Recife (+0,50%);
  • Rio de Janeiro (+0,21%);
  • Porto Alegre (+0,14%);
  • São Paulo (+0,10%).

Maiores valorizações

No ano, os imóveis residenciais em Goiânia já chegam a quase 13% de valorização, em Curitiba 9,20% e João Pessoa 7,94%, seguido de Campo Grande (+6,94%), Florianópolis (+6,08%), Maceió (+6,01%), Recife(+5,53%), Salvador (+5,31%), Fortaleza (+5,21%), Belo Horizonte (+3,68%), São Paulo (+2,48%), Rio de Janeiro (+1,57%), Brasília (+0,70%) e Porto Alegre (+0,70%).

Imóveis mais valorizados são de Vitória

Quando a análise considera os últimos 12 meses, o avanço nominal médio foi de 5,97% nos 12 meses encerrados em julho de 2022, abaixo da IPCA/IBGE (+10,97%) e do IGP-M (+10,08%) no mesmo horizonte temporal.

Neste período mais amplo, a capital que mais se valorizou foi Vitória (+21,94%), seguida de Goiânia (+20,25%), Curitiba (+16,70%), Maceió (+15,30%), Florianópolis (+13,42%), Campo Grande (+12,84%), João Pessoa (+12,17%), Fortaleza (+9,21%), Recife (+7,78%),Belo Horizonte (+5,98%), Salvador (+5,22%), Brasília (+4,49%), São Paulo (+3,97%), Rio de Janeiro (+2,47%), Porto Alegre (+2,41%), e Manaus (+2,14%).

É hora de comprar um imóvel?

Preços subindo, aluguéis idem. Soma-se a isso o fato de que você quer ter uma casa para chamar de sua. E você se pergunta: “o que fazer?” Comprar um imóvel requer planejamento e disciplina, e tomar decisões precipitadas podem mexer (e muito) com o seu bolso.

O que fazer?

Leve tudo em consideração. Lembre-se que morar em um imóvel alugado te dá mais flexibilidade: você pode sair dali quando o contrato vencer ou até antes, pagando a multa. O aluguel também funciona para quem ainda não se estabilizou financeiramente. Mas nem tudo é uma questão financeira. Se você está planejando uma transição de carreira, aumentar a família ou qualquer outra mudança que impacte na necessidade de mobilidade, a opção do aluguel pode ser também vantajosa.

Agora, se seus objetivos caminham na direção oposta, redobre sua atenção às contas. O percentual de renda comprometido com o financiamento imobiliário, e com outros tipos de dívidas, não pode ultrapassar 30% da sua renda líquida, para não comprometer o orçamento financeiro de toda a família.

Separamos três sinais de que você está pronto para esse momento:

1. Ter uma boa saúde financeira

Ter uma boa saúde financeira e estar estabilizado é um dos sinais mais importantes. Ter uma casa própria na maioria das vezes envolve um compromisso financeiro de longo prazo, como um financiamento. Por isso, você precisa ter certeza que pode assumir essa dívida e que tem as finanças preparadas. A decisão passa por duas análises básicas:

  • Você precisa ter uma reserva de emergência;
  • Você deve estar em um bom momento profissional, ter um emprego relativamente estável;
  • Você deve se sentir seguro financeiramente, ou seja: ao ter feito todos os cálculos, deve saber que vai dar conta de pagar as parcelas da casa própria.

2. Analise seus planos

A decisão entre morar de aluguel ou comprar uma casa depende do seu momento de vida e planos para o futuro. Criar raízes em um lugar, aumentar a família ou desejar muito ter seu próprio “canto”são sinais de que você está pronto para comprar um imóvel. Por outro lado, pode não ser uma boa ideia se você pensa em se mudar para lugares diferentes e não quer assumir um compromisso a longo prazo.

3. Se o cenário econômico favorece

Se você pensa em financiar um imóvel, não deve considerar apenas seus planos e estabilidade financeira. Os especialistas afirmam que o financiamento pode ser corrigido pela Taxa Referencial, pelo IPCA ou por juros prefixados. Tudo vai depender do cenário econômico. Avaliar isso faz muita diferença no seu bolso e no valor final que você pagará pelo imóvel. Em um período de Selic alta, por exemplo, financiar um imóvel pode ser uma furada, já que as taxas também estarão muito elevadas.