Análise: Governo comemora aprovação da PEC dos benefícios e discute efeito eleitoral

Fábio Zambeli, analista-chefe do JOTA em São Paulo, comenta os principais acontecimentos da semana na política brasileira

A semana começou em clima de tensão nas campanhas em razão dos episódios de violência envolvendo apoiadores de Bolsonaro e Lula. Houve um esboço de mobilização de partidos e até de artistas no sentido de cobrar uma espécie de movimento pela pacificação política no Tribunal Superior Eleitoral, o que ainda não saiu do papel.

A campanha de Lula demonstrando alguma apreensão inclusive com segurança e o presidente Bolsonaro dizendo que os casos de crimes noticiados como supostamente políticos seriam, na verdade, crimes comuns.

Sem muita mudança no quadro eleitoral, até porque foi uma semana fraca na divulgação de novas pesquisas, o governo comemorou a aprovação e a promulgação da PEC dos benefícios. Bolsonaro compareceu pessoalmente ao Congresso para assumir a paternidade do pacote de medidas de amplo alcance social.

E o ministro Paulo Guedes entrou em campo para tentar tranquilizar o mercado com o impacto fiscal dos novos auxílios e propor ao núcleo político de Bolsonaro que transforme a economia no carro-chefe da campanha pela reeleição. Para ele, os resultados desse conjunto de ações sociais e a redução do preço dos combustíveis vão ter efeito no bolso do eleitor exatamente na reta final da eleição, o que ajudará a melhorar a imagem do presidente.

Não à toa, o novo auxílio de R$ 600 será pago a partir de 18 de agosto, uma semana antes do início da propaganda eleitoral na TV, na qual Bolsonaro pretende se apresentar como o responsável pelo maior programa social do mundo, slogan definido pelo seu partido, o PL.

A dúvida da ala política do governo é se essas medidas trarão resultado rápido e se REALMENTE ajudarão Bolsonaro a diminuir a vantagem de Lula nas pesquisas.

Enquanto isso, os militares seguem questionando as urnas eletrônicas. O ministro da Defesa, em audiência no Senado, chegou a sugerir testes com cédulas de papel para garantir a integridade da votação. O que mostra um terreno fértil para as manifestações de apoiadores do presidente, previstas para 7 de setembro.