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Preço do ouro em alta neste ano: descubra como aproveitar a subida do minério no mundo
Na última quinta-feira (26), o minério de ouro chegou ao patamar mais caro da história no mercado financeiro. O índice GCZ24, que mede o preço do ouro em contratos futuros na bolsa de valores de commodities de Nova York, tocou o preço de US$ 2,7 mil para 31 gramas do metal precioso, visto como um ativo de proteção a investidores. Especialistas dizem que a tendência é que o minério continue em alta.
Entre os principais motivos da alta nos preços do ouro, alertam gestores e estrategistas, está a compra por bancos centrais no mundo, medo da inflação (inclusive aqui no Brasil) e receio de recessão nos Estados Unidos. Assim, o investidor pode ganhar com cotas de ETF de ouro, ou com ações de mineradoras.
O que está por trás da máxima do ouro em 2024?
A disparada dos preços do ouro é um sinal de que investidores enxergam, no momento, mais incertezas do que um cenário tranquilo em 2024.
E por trás das turbulências existe um movimento de bancos centrais ao redor do mundo e medo de inflação e guerras.
O ouro é um metal cujo preço vai no sentido contrário de ciclos econômicos, afirma Ubirajara Vieira, diretor-executivo do familly office AMB. “É usado em casos de risco geopolítico ou desvalorização da moeda, nesse caso, do dólar. E vivemos, no momento, as duas coisas”, completa.
Na média global, a moeda norte-americana se desvaloriza.
O índice DXY, usado para medir a força da do dólar contra outras moedas fortes do mundo, recua 5,20% em 12 meses e está próximo da mínima de 100 pontos.
A escalada da dívida do governo americano contribui para o enfraquecimento do dólar, diz Rodolfo Tavares, co-head de investment banking do AndBank.
“Vemos grandes incertezas na zona do dólar e do euro, porque nos EUA temos endividamento acima da média histórica enquanto na Europa existe dúvidas sobre o débito corrente de alguns países da União Europeia”, comenta Tavares.
O corte de juros agressivo de 50 pontos-base pelo Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, também assustou investidores. “Vale lembrar que da última vez em que o Fed iniciou corte de juros com 50 bps tivemos recessão na sequência”, algo que ocorreu em 2007, diz Vieira.
“O mercado analisou e questionou o porquê de o Fed ter julgado importante baixar os juros assim. Podemos estar muitos próximos da linha tênue que divide uma recessão de um pouso suave. Isso é bom para o ouro porque é uma reserva de valor”, completa o gestor.
Preço do ouro sofre influência de bancos centrais e da China
Outro fator que torna o ouro mais valioso no mundo é o fluxo de compra do metal por bancos centrais. Segundo o site World Gold Council (WGC), os bancos centrais compraram cerca de 290 toneladas de ouro no primeiro semestre. É a maior aquisição do metal por parte das autoridades monetárias na história.
A China é o grande comprador de ouro do ano, via seu banco central, o PBoC (Banco Popular da China). No ano, 224 mil toneladas de ouro foram compradas.
“As sanções feitas à Rússia depois da Guerra da Ucrânia levaram o PBoC a vender Treasuries (títulos do governo dos Estados Unidos) e comprar ouro de forma massiva”, elenca Vitor Mafra, gestor da Doxos Capital.
Enquanto isso, a valiosa poupança imobiliária dos chineses despencou em 2024. Em agosto, o preço de novas casas recuou 5,3%, ante queda de 4,9% em julho.
Assim, a queda do mercado imobiliário leva mais chineses a comprarem ouro, diz Mafra. “Como não há poupança na China, o chinês tradicionalmente compra imóveis. Se os preços de casas sofrem, a população compra mais ouro.”
Para onde vai o preço do ouro? Veja como aproveitar tendência
De acordo com Tavares, executivo do AndBank, o preço atual do ouro tende a ficar “onde está” no horizonte de curto a médio prazo. “As incertezas geopolíticas e sobre solidez das economias faz com que o ouro seja o único porto-seguro por algum tempo”, diz.
Um dos instrumentos mais comuns para capturar a alta do ouro são os fundos de índice, ou ETFs. Assim, no Brasil, o GOLD11, da XP Vista Asset, é a principal opção atrelada ao preço da commodity a investidores brasileiros.
Na AMB, a estratégia é usar ETFs que acompanham não apenas índices do mercado financeiro, mas que sigam “a cadeia produtiva do ouro”, diz Vieira. O multifamilly office tem um fundo no exterior com alocação tática de 6% em ouro, sendo o máximo 7,5%.
Já Mafra, da Doxos, explica que ações de mineradoras de ouro são mais atrativas para o investidor que os ETFs.
“A mineradora é aquilo que vai capturar a disparada do ouro e transformá-la em lucro”, aponta.
As ações da Aura Minerals, por exemplo, são boas para aproveitar a valorização do metal, afirma o gestor. “A Aura deve ganhar muito dinheiro e pagar mais dividendos altos. Fora isso, a queda do dólar atrapalha um pouco os fundos de índice como o GOLD11.”
Outra opção é investir nas ações da Alamos Gold, outra mineradora de ouro listada na bolsa de Nova York. Ela, diferente da Aura, não possui BDR no Brasil
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