Veja 10 ações recomendadas pelos especialistas para investir em fevereiro

Confira a seleção de papéis indicados pelas principais carteiras do mercado financeiro

Empresas citadas na reportagem:

O Ibovespa vai manter a tendência positiva em fevereiro? Onde estão as oportunidades de valorização na bolsa de valores agora? Quais são as ações recomendadas pelos especialistas para o mês?

Antes de tudo, o Ibovespa teve em janeiro uma recuperação significativa. O índice de referência da bolsa de valores avançou 4,86%, na melhor performance mensal desde agosto de 2024.

Mesmo com o alento aos investidores, os agentes financeiros avaliam que o momento ainda é de correção. Ou seja, não houve mudança relevante no cenário para justificar uma percepção mais benigna.

Ações recomendadas: onde investir em fevereiro?

Então, para o Itaú BBA, a preferência, quando assunto são ações recomendadas, continua a ser por alocações mais defensivas no portfólio. Isso até que o banco de investimentos identifique indícios de uma melhora convincente nas perspectivas macroeconômicas.

“A despeito disto, reconhecemos que movimentos pontuais de alta das ações em espaços curtos de tempo, assim como o observado em janeiro, podem ocorrer outras vezes ao longo do ano”, escreve em relatório Victor Natal, estrategista de ações para pessoa física do Itaú BBA.

“Afinal, os atuais níveis de valuation estão tão depreciados que até melhoras aparentemente pouco relevantes de cenário podem levar a esticadas expressivas nos preços das ações”, acrescenta o especialista.

Nesse sentido, o BTG Pactual também recomenda cautela. O banco menciona entre as apostas para fevereiro empresas com bons retornos via dividendos. Bem como companhias que tendem a se beneficiar da valorização do dólar.

“O atual cenário fiscal altamente incerto, o aumento das taxas de juros e a falta de visibilidade sobre possíveis catalisadores de curto prazo nos levaram a manter nosso portfólio mais defensivo. Alocando em ações de fluxo de caixa concentrado no curto prazo, pagadoras de altos dividendos e empresas que se beneficiam de um dólar mais valorizado”, lista o BTG.

“Estamos evitando uma exposição mais relevante a varejistas, empresas alavancadas e companhias que possuem a geração de caixa mais concentrada no longo prazo”, completa o banco.

Confira a seguir as ações recomendas para fevereiro, segundo os especialistas do mercado financeiro.

PETR4

“Gostamos das ações da Petrobras nesse momento. Uma vez que a companhia oferece uma combinação sólida de fundamentos e governança corporativa aprimorada.

Além disso, a empresa deve apresentar mais um ano de geração de caixa forte. O que deve sustentar a continuidade de bons pagamentos de dividendos.

Esperamos um dividend yield de cerca de 15% em 2025.” (Itaú BBA)

CPLE6

“Vemos a Copel como um porto seguro no setor de energia elétrica. Com baixo risco de execução, catalisadores positivos de curto prazo e valuation atrativo.

Acreditamos que a companhia seguirá colhendo os benefícios de uma maior eficiência após a sua privatização em 2023 e continuará entregando reduções nos custos e despesas.

Além disso, a empresa possui um dos balanços mais desalavancados no setor de energia (1,5x dívida líquida / EBITDA).

Portanto, deve ter a sua linha de resultados financeiros menos afetada pelo patamar elevado de juros.

Nos atuais níveis de preço, vemos as ações da Copel oferecendo taxa interna de retorno (TIR) real de 12,5%. O que consideramos bastante interessante.” (Itaú BBA)

BBAS3

“Temos sinalizado nos últimos meses que parecia melhor investir na tese do BB por meio de seu segmento de seguros, BBSE.

Acreditávamos que a dinâmica de resultados do BB, provavelmente, mudaria em abril/maio após a redução dos índices de inadimplência e o impacto pós-capital (preocupações provenientes da carteira de crédito agro).

Mas, com os lucros evoluindo acima das estimativas e o impacto do capital sendo diluído (mais o desempenho relativo mais forte de BBSE vs. BBAS), o momentum para a ação parece ter melhorado mais cedo e mais rápido do que esperávamos.

Negociando a 4,0x P/L para 2025 com um yield de dividendos de 11,4%, reiteramos nossa preferência pelo Itaú e BB entre (as ações recomendadas dos) bancos tradicionais.” (BTG Pactual)

EMBR3

“A Embraer continua sendo uma sólida tese. Especialmente após uma forte dinâmica operacional no quarto trimestre, que normalmente é seu melhor trimestre e define o tom para o ano seguinte.

O valuation já está próximo do limite superior de sua faixa histórica. Contudo, dadas as mudanças estruturais na empresa, uma reavaliação pode ser justificada.

Os principais fatores incluem a manutenção de uma forte dinâmica comercial, com as unidades comercial e de defesa provavelmente assegurando pedidos adicionais.

O foco no crescimento das entregas após os desafios passados na cadeia de suprimentos, com os investidores buscando progresso em direção à marca de 100 aeronaves/ano na aviação comercial.

Assim como o potencial para um novo programa de aeronaves, à medida que as plataformas atuais amadurecem e a administração explora aumentos de capacidade em segmentos como o Executivo e o C390.

Apesar das elevadas expectativas, a sólida carteira de pedidos e a posição estratégica da Embraer no setor aeroespacial a tornam uma opção atraente.” (BTG Pactual)

EQTL3

“A Equatorial assegurou a posição de acionista de referência da Sabesp, adquirindo 15% da empresa. A transação não foi apenas altamente geradora de valor. Mas também abre uma importante avenida de crescimento em saneamento para a Equatorial.

Vemos a ação sendo negociada a uma atraente TIR real de 10,8%, a qual é ainda impulsionada quando incluímos a aquisição da Sabesp.

Do ponto de vista operacional, a empresa tem apresentado consistentemente números sólidos. Com redução das perdas de energia e controle rígido dos custos.

Bem como progresso nas recuperações das concessões de distribuição recentemente adquiridas.

Nossa recomendação de compra é baseada em um valuation atraente e seu excelente histórico em operações de distribuição e alocação de capital.” (BTG Pactual)

SANB11

“A inclusão de Santander na carteira fundamentalista (de ações recomendadas) de fevereiro se dá por conta da nossa percepção de assimetria de riscos. Dado o preço bastante descontado frente a um conjunto de resultados que vem se mostrando mais salutar trimestre a trimestre.

O contexto para o setor bancário inspira cautela, dado a abertura da curva de juros e a possibilidade de um novo ciclo de inadimplência dada a pressão inflacionária recente.

Mas, apesar disso, vemos o Santander como um nome de certa resiliência diante deste cenário dada a robustez do balanço atual e o renovado foco em linhas de crédito menos arrojadas implantado nas safras mais recentes.” (BB Investimentos)

WEGE3

“Em janeiro, a WEG foi impactada por dois principais fatores: DeepSeek e incerteza sobre imposição de tarifas pelos EUA.

Sobre o primeiro, a chegada da inteligência artificial da chinesa DeepSeek, que se tornou o aplicativo com maior número de downloads do segmento, superando inclusive o ChatGPT, chamou a atenção do mercado devido a sua performance.

Principalmente devido a seu baixo custo de treinamento que, segundo a companhia, foi uma fração do custo despendido pela OpenAI e pela Google no treinamento de seus respectivos concorrentes, ChatGPT e Gemini.

De maneira sucinta, o temor é que a redução dos custos de treinamento de IA leve a uma menor demanda por energia, datacenters e produtos associados ao setor, em geral, nos quais a WEG possui exposição.

Em nossa opinião, essa dinâmica pode sim pressionar a demanda no curto prazo. Porém, a redução dos custos deve tornar a tecnologia mais acessível. Bem como aumentar sua adoção por empresas menores ao longo do tempo, o que, em um segundo momento, levaria a um aumento da demanda para os produtos da WEG.

Sobre o segundo fator de risco, há a preocupação de que os produtos fabricados pela WEG no México sejam tarifados ao chegarem nos EUA.

Como a WEG possui diversas fábricas espalhadas geograficamente pelo mundo como parte de sua estratégia de verticalização, realizando, inclusive, transações intercompany, uma política de tarifação poderia sim pressionar as margens da companhia.

Tais fatores combinados levaram as ações a devolverem parte dos ganhos do mês e a encerrarem praticamente empatadas ao Ibovespa.

No entanto, em nossa opinião, há pouca visibilidade com relação a esses fatores de risco, não sendo suficientes para alterar nossa visão positiva para a companhia.

Sendo assim, mantemos WEGE3 para a carteira (de ações recomendadas) de fevereiro.” (BB Investimentos)

CSMG3

“A Copasa tem passado por um processo de significativas melhorias operacionais, como consequência do grande foco da administração em conter custos e outras medidas de eficiência. O que tem permitido resultados consistentes e o pagamento de dividendos.

Para este ano, estimamos dividend yield acima dos 10%. O que nos parece um nível atrativo e justifica o carrego da posição.

Além disso, entendemos que em um cenário de juros altos, investidores devem priorizar empresas com alavancagem baixa e que possuam maior previsibilidade no faturamento, o que é o caso da companhia.

Quanto à privatização, o governo do estado de Minas Gerais parece comprometido. Embora esse evento seja difícil de precificar antecipadamente (não é uma premissa em cenário base).

Por fim, vemos as ações sendo negociada a um TIR real implícita de cerca de 13%.” (Ágora)

CYRE3

“Vemos a Cyrela como uma das mais bem posicionadas para se beneficiar do atual estágio do ciclo imobiliário. Em função da combinação de balanço sólido, portfólio diversificado entre segmentos (da baixa a ultra alta renda) e sólida capacidade de execução.

Recentemente, nossos analistas atualizaram o preço-alvo (2025E) da Cyrela para R$ 33,00, reiterando a recomendação de ‘compra’. Assim, seguindo como a ação preferida entre as construtoras de média/alta renda do universo de cobertura.

Entre os motivos que nos mantém otimistas em relação à ação, destacamos: (i) forte pipeline de projetos com níveis sólidos de acessibilidade, que continuam a dar suporte a um desempenho de vendas atraente. Exposição ao Minha Casa, Minha Vida (MCMV) via Vivaz, Cury e Plano&Plano. Sólido momento de lucros, com CAGR de LPA de 2023-26E de ~25%. Expansão do ROE para 17,5% em 2025E (de ~13% em 2023). E valuation atraente, com as ações negociando a um P/VPA 2025E de 0,8x (~35% de desconto em relação à sua média histórica desde o IPO) e um P/L 2025E de 4,3x.

A diversificação geográfica e de receita da Cyrela tende a deixar a empresa mais protegida contra a deterioração em mercados e segmentos específicos, a nosso ver.

Como referência, a participação dos empreendimentos de alto padrão nos lançamentos da Cyrela tem oscilado entre 70-30% desde 2010, de acordo com diferentes ciclos de mercado.” (Santander Corretora)

TTEN3

“As ações da 3tentos subiram 56% desde as mínimas em outubro, à medida que a empresa continua entregando melhores volumes e margens em suas divisões de trading e indústria em meio a uma normalização do mercado com seus negócios de varejo.

Recentemente nossos analistas aumentaram o preço-alvo (2025E) de R$ 17,00 para R$ 19,00, implicando um potencial de alta de 20%.

A empresa continua construindo sinergias entre as divisões, com o objetivo de facilitar o business do agricultor na: (i) compra de insumos; (ii) adoção de novas tecnologias; (iii) cultivo de novas safras; e (iv) acesso a preços flexíveis.

Reiteramos nossa visão positiva sobre a 3tentos e acreditamos que seu sólido modelo e integração vertical permite maiores volumes e estabilidade operacional”. (Santander Corretora)

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