Renda fixa pré ou pós: qual é o melhor investimento agora, pensando no curto prazo?

Especialistas simularam a rentabilidade de R$ 20 mil até dezembro nos dois modelos

Mês da consciência negra: por que essa pauta é importante para a economia? - Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil
Mês da consciência negra: por que essa pauta é importante para a economia? - Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil

A projeção do Boletim Focus é que a Selic deve chegar a 9,5% até o fim deste ano. Nesse cenário, quem ganha a guerra entre renda fixa pré e pós-fixada? Perguntamos a dois especialistas, Pedro Lang, sócio da Valor Investimentos, e Rodrigo Simões, economista e professor da Faculdade do Comércio. E eles foram praticamente unânimes na resposta. Confira abaixo:

É hora de investir em renda fixa pré ou pós-fixada?

Para Pedro Lang especialista e sócio da Valor Investimentos, a resposta é tudo ao mesmo tempo agora. Como assim? “É hora de investir em renda fixa prefixada, pós-fixada e também é hora de investir em renda fixa IPCA+”, explica. Isso porque, para ele, sempre é importante ter uma composição dos três indexadores no portifólio de investimento.

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Na opinião do especialista, porém, o momento pode ser mais interessante para a prefixada e a IPCA+. Por quê? “Porque os juros futuros, ou seja, os juros que o mercado acredita que devam se realizar nos próximos meses, ainda são muito superiores ao que o Boletim Focus, por exemplo, prevê para o final do ano”, diz Lang.

A consequência disso é que hoje existem taxas muito atrativas para aplicações de 2 a 5 anos quando comparadas ao que é esperado para a Selic.

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“Quem aplicar hoje em taxas prefixadas ou IPCA+ deve realizar retornos superiores ao CDI ou às taxas pós-fixadas”, acredita o especialista e sócio da Valor Investimentos.

Apostando contra a inflação

Simões assina embaixo: “Partindo de uma premissa de recomendação conservadora, é melhor investir em prefixado”, diz ele. A justificativa é a mesma, com outras palavras. “Tudo indica que tanto os juros quanto a inflação estão em tendência de queda”, diz ele.

E não tem mistério. Se essa tendência se concretizar, quem preferir pós-fixar pode ganhar menos no futuro. “Por outro lado, se você prefixar, vai garantir rentabilidade do início até o fim, porque a taxa de retorno é travada no momento da aplicação”, explica o economista e professor da Faculdade do Comércio.  

Pré ou pós-fixado: como decidir?

Lang afirma que aplicar em prefixado é apostar contra a inflação. “Portanto, se você acha que a inflação deve ser menor do que o esperado, investir em prefixados pode ser interessante”, diz ele.

Por outro lado, se você acredita que a inflação deve ser maior do que o esperado, essa provavelmente não seja a melhor classe de investimento para você.

Renda fixa pré ou pós: qual é a diferença?

Para estimar quem vence a guerra entre renda fixa pré e pós, Lang calculou quanto R$ 20 mil (investidos no início de maio) devem render até 31 de dezembro nos dois tipos de renda fixa.

Para o cálculo, ele utilizou a taxa bancária de um CDB, que está próxima de 12% ao ano.

Vamos aos dados.

Quando rendem R$ 20 mil em renda fixa pré?

Veja abaixo a simulação sobre quanto rendem R$ 20 mil em um título prefixado, entre maio e dezembro:

  • Taxa: 12% ao ano;
  • Taxa de maio a dezembro: 7,84%
  • R$ 20 mil aplicados a 7,84% = R$ 21.568

Quando rendem R$ 20 mil em renda fixa pós

Agora, abaixo, vamos ver quanto rendem os mesmos R$ 20 mil, porém em um título pós-fixado:

  • Taxa: 10,18% ao ano;
  • Taxa de maio a dezembro: 6,67%
  • R$ 20 mil aplicados a 6,67% = R$ 21.335

Parece pouca diferença, certo? “Mas atenção porque estamos considerando um período curto e valores baixos”, alerta Lang. “Para valores mais altos e maiores prazos de aplicação, o resultado pode ser bem diferente”, afirma.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.


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