Em novo IPO, Kinea tenta emplacar primeiro fundo de CRAs em dólar do mercado
Negociado pelo ticker KDOL11, o Kinea Agro Income está em processo de IPO pelo menos até o final de março
No ano passado, a Itaú Asset testou o apetite dos investidores por títulos incentivados de agro dolarizados, os CRAs em dólar, um mercado que não existe no Brasil. A iniciativa não prosperou. Semanas após o lançamento, a gestora cancelou a oferta do fundo, que se chamaria Itaú Asset Rural Dólar.
Agora, menos de seis meses depois, a Kinea Investimentos retomou o assunto. A casa, que tem como principal sócio justamente o banco Itaú, lançou no começo de fevereiro aquele que promete ser o primeiro Fiagro em dólar do mercado.
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Negociado pelo ticker KDOL11, o Kinea Agro Income está em processo de IPO desde o dia 5 de fevereiro e seguirá em oferta até pelo menos o final de março (pelas regras, a empresa tem até 180 dias a partir de divulgação para finalizar o IPO).
A meta, segundo prospecto do fundo na CVM, é levantar R$ 1 bilhão, valor que, internamente, é considerado simbólico dado a potencial do nicho. Mas a ideia é colocar o produto na praça para, assim, destravar esse novo mercado.
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Fundo vai ter CRAs em dólar
O fundo vai levantar a cifra estimada para, depois, buscar os Certificados de Recebíveis Agrícolas (CRAs) em dólar na praça. Os títulos serão emitidos em reais, mas indexados à divisa norte-americana. Assim, vai flutuar pari passu ao dólar.
O time de gestão, que está em período de silêncio em função do IPO, tem como líder Flávio Cagno, sócio da Kinea. Alexandre Marco e Victor Graça, ex-Rabobank, além de Felipe Greco, ex-Amerra Capita, são os responsáveis por encontrar os CRAs.
Fontes a par da operação estimam que essa busca está bem encaminhada. Envolveria empresas de médio a grande porte que operaram quase que exclusivamente em dólar. São empresas do setor de cana-de-açúcar e intermediários de insumos, como fertilizantes, que, segundo essas fontes, “usam o real apenas como moeda intermediária”.
Segundo a oferta, que é pública, o foco do fundo vai ser o público em geral, com investimentos a partir de R$ 1 mil. O pipeline buscará operações que visam proporcionar um retorno a partir da flutuação do dólar, acrescido de um prêmio de 5% ao ano.
Prazo determinado
O fundo de CRAs em dólar da Kinea terá pagamento de rendimentos mensais e o benefício de isenção de imposto de renda, aplicáveis aos Fiagros para pessoas físicas.
O prazo de encerramento é determinado. O desinvestimento está previsto para daqui a sete anos. Assim, o ponto de atenção, é que o investidor que sair do Fiagro antes desses sete anos paga Imposto de Renda sobre o ganho de capital.
Para o aplicador, toda a operação será em real. A distribuição mensal dos rendimentos será vinculada às taxas de remuneração das operações, ou seja, o spread em relação ao dólar. Já a variação do dólar será incorporada ao patrimônio dos investidores e vai ser amortizada no período de desinvestimento.