Saiba qual é a melhor opção na renda fixa para dezembro com juros em trajetória de alta
Analistas dizem como deve se comportar a remuneração dos ativos de renda fixa em dezembro
O Banco Central não deve fugir do aumento de 0,75 ponto percentual na decisão colegiada do Copom no próximo dia 18. Assim, os juros a 12% para o fim de 2024 já estão precificados. Com isso, os analistas consultados pela Inteligência Financeira dão dicas sobre as melhores opções na renda fixa em dezembro.
Eles explicam como deve ficar a remuneração dos ativos e as melhores opções após a última decisão sobre juros no ano.
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É importante dizer que, ainda que os juros favoreçam a renda fixa como um todo, há diferença entre as opções. Veja quais devem ser os vencedores na renda fixa em dezembro, pensando no curto, médio e longo prazos.
Pós-fixados
Os títulos pós-fixados de curto prazo podem ser uma boa opção, segundo a Levante.
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“A incerteza quanto à extensão do ciclo de alta dos juros e à trajetória da dívida pública reforça nossa postura cautelosa”, diz Fabricio Silvestre, analista da Levante.
E cautela, para a empresa, significa não definir a remuneração do investimento agora. Por isso a preferência pelo pós-fixado.
“Essa estratégia visa minimizar a exposição aos riscos associados a possíveis oscilações nas taxas de juros e na economia em geral”, acrescenta Silvestre.
IPCA+
Marilia Fontes, analista de renda fixa e sócia-fundadora da Nord Research, aponta que os títulos IPCA+ também podem ser interessantes. Isso por conta da incerteza com relação ao comportamento dos preços no futuro próximo.
Agora, em termos de juros, espera-se novas altas. Mas que a taxa ao fim de 2025 seja menor do que a do fim deste ano.
Assim, “se a queda de fato acontecer no ano que vem, poderíamos ter ganhos de marcação a mercado para quem tiver títulos prefixados e IPCA+”, diz Marilia.
Renda fixa para perfis moderados
Levando em conta que os títulos pós-fixados e os atrelados à inflação possam ser a melhor pedida para agora, vale a pena entender o quanto do portfólio pode ser dedicado a essa opção.
Para Marcelo Bolzan, estrategista de investimentos e sócio da The Hill Capital, os portfolios com perfil moderado devem ter 30% em renda fixa pós-fixada. Outros 32% devem ser aplicados em IPCA+. Os prefixados devem compor apenas 2,5% da carteira.
E o restante aplicado em renda variável, correndo algum risco para experimentar ganhos maiores.
“Minha expectativa é que essa estratégia seja vencedora, principalmente para o prazo de até dois anos”, acredita Bolzan.
Prazos mais longos e algum risco
Bolzan diz que os títulos IPCA+ nos atuais patamares – ou seja, com títulos públicos federais sendo negociados a IPCA+ 6,90% – são “simplesmente oportunidades incríveis” neste momento.
Assim, o investidor precisa ter IPCA+ no portfólio, principalmente para vencimentos intermediários e mais longos.
“Esses ativos podem performar muito bem no caso de um cenário positivo e que o país mostre um controle das contas do governo”, avalia o especialista da The Hill.
Além disso, “esse título funcionará como uma excelente proteção caso o risco fiscal se deteriore, uma vez que o investidor está travando um ganho real bastante expressivo e irá protegê-lo caso a inflação permaneça subindo”, acrescenta.
Renda fixa para conservadores
Neste caso, o CDI cumpre bem o seu papel na renda fixa. Segundo o relatório Focus da última segunda-feira (25), a previsão é de 2025 terminar com a Selic na casa dos 12%. Ou seja, as taxas de juros alta é um cenário praticamente certo. Ainda mais com a previsão de bancos estrangeiros.
“Com essa previsão, o investidor precisa fazer um bom caixa para comprar bons ativos no decorrer de 2025, pois deve haver muitas oportunidades, visto que se deixar o dinheiro no CDI com liquidez diária já garante quase 1% ao mês de rentabilidade”, diz Josias Bento, especialista em investimentos e sócio da GT Capital.