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Busca por Tesouro Selic está aquecida em 2024; entenda o que puxa a demanda alta
O subsecretário da Dívida Pública, Otavio Ladeira, afirmou que o Tesouro Nacional decidiu emitir mais títulos atrelados à taxa Selic (Tesouro Selic) devido à “demanda bastante diferente da prevista” no início do ano. Isso quando o Plano Anual de Financiamento (PAF) da dívida pública de 2024 foi divulgado.
“Período de janeiro a agosto foi distinto ao que imaginávamos [em janeiro]”, disse Ladeira em coletiva de imprensa. Ele citou como exemplo as variações esperadas em relação à política monetária dos Estados Unidos, que variaram muito ao longo do ano, o que se refletiu na curva de juros do Brasil.
Outro fator, disse, foi a “elevação inesperada dos juros no Japão, que levou diversos investidores a desfazerem operações de “carry trade”. “Isso afetou moeda e curva de juros no Brasil.”
Demanda por Tesouro Selic
Recentemente, ele disse que aconteceram eventos no México que “alteraram a percepção de risco daquele país”. O que reflete nos demais países da América Latina.
Dessa maneira, no cenário doméstico, houve redução da demanda por NTN-B, o que não era esperado pelo Tesouro Nacional no início do ano. “Esses eventos citados explicam maior demanda por LFT”, disse o subsecretário.
“Em função da demanda bastante diferente da prevista, Tesouro decidiu emitir mais títulos atrelados à Selic, que possuem prazo médio de emissão de cinco anos”, explicou. “Esperamos com esses novos limites do PAF evitar pressões [no mercado] e garantir bom funcionamento do mercado”, completou.
Ainda segundo Ladeira, os vencimentos de títulos da dívida que remanescem são pouco expressivos até o fim do ano. Já que a última grande torre venceu agora em setembro.
“Atualmente, estamos com caixa de R$ 60 bilhões acima do previsto no PAF. Vencimentos remanescentes são bem menos expressivos. Temos vencimentos reduzidos [até dezembro], em menos de R$ 100 bilhões, e caixa confortável”, destacou.
Por fim, o subsecretário explicou que as revisões do PAF acontecem de maneira ordinária nos meses de abril e agosto. Mas nem sempre resultam em revisão dos números. Foi o que aconteceu em 2023.
Procura por Tesouro Direto no 2º semestre
Ainda na coletiva, Otavio Ladeira afirmou que “a tendência é que haja um aumento” da emissão dos títulos do Tesouro Nacional no segundo semestre.
Segundo Ladeira, vem sendo “pouco” observada neste ano a busca “por proteção” por meio de títulos do Tesouro. Essa proteção era buscada no ano passado, via bancos, por emissores de debêntures incentivadas.
“Isso gerou uma demanda forte, inesperada pelos nossos títulos [em 2023]”, disse.
Agora, neste segundo semestre, o Tesouro Nacional observa “menor emissão” de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs). Assim como de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e debêntures incentivadas.
“Consequentemente” maior procura por títulos do próprio Tesouro.
Então, Ladeira citou como exemplo a “boa demanda” pelos papéis leiloados na terça pelo governo federal.
Por último, na entrevista, o subsecretário também destacou que a emissão de títulos pela União para pagar despesas primárias em 2024 “está em praticamente zero”. O que “dá bastante tranquilidade para gestão da dívida pública”.
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