Quanto rendem R$ 2 milhões no Tesouro Direto?

E ainda comparamos o ganho com a poupança e com o CDB; veja qual é título vencedor

Títulos públicos possuem diferentes regras e formas de rentabilidade. É preciso saber diferenciá-los para escolher a melhor opção
Títulos públicos possuem diferentes regras e formas de rentabilidade. É preciso saber diferenciá-los para escolher a melhor opção

Levantamento exclusivo do Google Trends para a Inteligência Financeira mostra que “como investir no Tesouro Direto” foi a pergunta sobre investimento mais feita pelos brasileiros nos últimos 12 meses. É uma legião de interessados em seguir na renda fixa mas obter maior rendimento que na poupança. Mas esse é um bom destino para uma grana acumulada? Por exemplo, quanto rendem R$ 2 milhões no Tesouro Direto? Fizemos a conta e trazemos os resultados para você.

Primeiramente, é preciso entender o que significa investir no Tesouro Direto. O Estado emite os títulos públicos como uma forma de recolher dinheiro no mercado para se financiar. Assim, o governo emite os títulos, investidores compram e recebem o retorno de acordo com condições definidas no momento da aplicação.

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Esses títulos tem um vencimento, momento em que a aplicação é liquidada e o dinheiro é devolvido. Contudo, o investidor, se quiser, pode fazer o resgate antecipado, desde que esteja ciente de que está sujeito a uma alíquota regressiva de imposto de renda. Se o resgate for feito nos primeiros 180 dias, por exemplo, o investidor estará sujeito a maior alíquota possível, de 22,5% de imposto sobre o rendimento.

Reforçando que as projeções a seguir são feitas de acordo com as condições atuais de mercado. A curva futura de juros, as taxas atuais dos títulos disponíveis e as perspectivas para a inflação. Portanto, se trata de uma simulação nas condições presentes, que são sujeitas a mudanças e não representam nenhuma garantia de rentabilidade futura.

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Quanto rendem R$ 2 milhões no Tesouro Direto?

Pois bem, antes de mais nada precisamos observar que hoje o Tesouro Nacional limita o investimento em títulos públicos a R$ 1 milhão por mês por CPF. Ou seja, não seria possível comprar de uma vez só títulos públicos no Tesouro Selic, por exemplo, no valor de R$ 2 milhões. Seria necessário recorrer ao mercado secundário ou aguardar para fazer novos aportes no futuro.

Para fins de simulação, portanto. consideramos o aporte de R$ 2 milhões que começam a render investidos no Tesouro Selic. Para tanto, usamos calculadora desenvolvida por Bruno Mori, economista e sócio fundador da consultoria Sarfin.

Como resultado da simulação, que considerou a atual curva futura de juros, temos que a resposta para quanto rendem R$ 2 milhões no Tesouro Direto é:

  • R$ 16.224 em 1 mês;
  • R$ 95.811 em 6 meses;
  • R$ 184.057 em um ano;
  • R$ 362.052 em 2 anos;
  • R$ 1.089.272 em 5 anos.

Também fizemos a simulação com título hoje oferecido pelo Tesouro Nacional. No entanto, como não foi possível simular com R$ 2 milhões em uma única aplicação, foi feita uma alternativa em que se faz uma aplicação inicial de R$ 1 milhão mais aplicações mensais equivalentes ao restante.

Importante observar ainda que o sistema do Tesouro Direto considera uma expectativa de taxa Selic de 9,25% ao ano. Hoje a taxa está em 13,25% e a expectativa de mercado é que ela encerre 2023 a 11,75% ao ano e 2024 em 9,50% ao ano.

Tesouro Selic 2026 – Consultado em 26/08
Vencimento: 01/03/2026
Aporte inicial de R$ 1 milhão + 30 aportes mensais de R$ 33.333,33

  • Saldo atualizado (bruto): R$ 2.353.721,91
  • Imposto de renda: – R$ 55.238,13
  • Taxa da B3: – R$ 8.274,48
  • Saldo atualizado (líquido): R$ 2.290.209,30
  • Rendimento líquido: R$ 290.209,30

Tesouro Direto, poupança ou CDB, o que rende mais?

Vamos usar a primeira simulação, de um investimento geral em Tesouro Selic, para a comparação. Tanto o investimento em título público quanto a aplicação em CDB estão sujeitas a tributação regressiva, que parte de 22,50% em até 180 dias a até 15,00% após 720 dias. A poupança é isenta de imposto de renda.

Com a Selic a 13,25% ao ano, a poupança rende 0,5% mais a taxa referencial (TR) por mês. Em julho, essa soma resultou em uma alta de 0,65% sobre o valor investido.

Aplicando esse percentual como constante e considerando o investimento de R$ 2 milhões, temos um rendimento de R$ 163.994,52 na poupança após um ano. Em um CDB com rentabilidade de 100% do CDI, o ganho seria maior, de R$ 183.067,50. Por outro lado, no Tesouro Selic esse rendimento seria ainda levemente superior, de R$ 184.057.

Qual o rendimento do Tesouro Direto para evitar a inflação?

Uma alternativa de investimento oferecida pelo Tesouro Nacional é a do chamado Tesouro IPCA+, que tem a sua correção indexada ao índice que calcula a alta dos preços no país. Assim, o objetivo é que o investidor consiga garantir a proteção contra a inflação, evitando a perda de poder de compra caso os preços disparem.

O Tesouro IPCA+ é um título pós-fixado. Ou seja, o seu rendimento é calculado conforme o resultado de um índice ao qual ele está ligado. Os títulos oferecidos hoje pagam ao investidor um retorno que reflete o IPCA mais um prêmio de risco, que hoje varia entre 5,03% e 5,59% ao ano.

Para uma primeira simulação geral, desconsiderando o limite de investimento em uma única vez, consideramos o rendimento do título como sendo de cerca de 8,00% ao ano. Sendo 3% da meta da inflação mais 5,00% de prêmio de risco.

Assim, obtemos os seguintes resultados, já líquidos de imposto de renda

  • R$ 9.972 em um mês
  • R$ 62.768 em seis meses
  • R$ 132.000 em um ano
  • R$ 282.880 em 2 anos
  • R$ 797.857 em 5 anos

A simulação na calculadora do Tesouro Direto foi feita da mesma maneira que no caso do Tesouro Selic. Escolhemos um título hoje disponível e fizemos a simulação considerando uma aplicação inicial de R$ 1 milhão e o restante dividido ao longo de aportes mensais.

Tesouro IPCA+ 2029 – Consultado em 26/08
Vencimento: 15/05/2029
Rendimento: IPCA (estimativa 3,85% a.a.) + 5,03% a.a.
Investimento inicial de R$ 1 milhão + 68 aportes mensais de R$ 14.705

  • Saldo atualizado (bruto): R$ 2.897.290,77
  • Imposto de renda: – R$ 135.555,99
  • Taxa da B3: – R$ 21.376,95
  • Saldo atualizado (líquido): R$ 2.740.357,83
  • Rendimento líquido: R$ 740.357,83

Investir no Tesouro Direto para a aposentadoria

Recentemente, de olho na alta da procura por títulos públicos, o Tesouro Nacional lançou outras duas modalidades de investimento. As novidades incluem não só o Tesouro RendA+, voltado para a aposentadoria, como também o Tesouro Educa+, voltado para ajudar os pais a fazerem o pé de meia para a economia dos estudos.

A plataforma oficial do Tesouro Direto permite que você descubra qual título atende melhor ao seu desejo de aposentadoria de acordo com a idade atual, idade em que deseja parar de trabalhar e renda mensal desejada.

Uma simulação feita considerando o aporte inicial máximo de R$ 1 milhão e repasses mensais permite uma renda mensal de R$ 70 mil. A conta inclui um investimento mensal de R$ 2.414,93 ao longo de 384 meses, o que soma R$ 927.333,12. Portanto, sem superar o teto de R$ 2 milhões.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.


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