‘The Magnificent 7’: por que as maiores empresas de tecnologia do mundo estão em alta?
Turma das big techs representa mais de um quarto do valor total do S&P 500
Você conhece as “The Magnificent 7”, grupo composto pelas maiores empresas de tecnologia do mundo? Não? Pois deveria. As sete gigantes – Apple , Microsoft (MSFT), Alphabet, Amazon, Nvidia, Tesla (TSLA) e Meta (META) – representam mais de um quarto do valor total do S&P 500, índice composto pelas 500 maiores empresas do mercado de ações dos EUA.
De acordo com William Castro Alves, colunista da Inteligência Financeira e sócio e estrategista-chefe da corretora digital Avenue, a boa performance dos índices norte-americanos em 2023 reflete justamente o bom desempenho dessas ações tech.
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“Podemos dizer que apenas uma grande estrela brilha até aqui: o setor de tecnologia, que segue recebendo fluxo por parte dos investidores. E o otimismo com os resultados das Magnificent 7 segue só aumentando”, destacou ele em sua coluna semanal.
Na avaliação do especialista, apesar da boa performance, o ano de 2023 está extremamente desafiador para aqueles que se propõem a escolher ativos. “A vasta maioria dos retornos dos índices derivam de um punhado de ações, sendo que grande parte das ações do mercado não teve uma performance exuberante. Olhando o mercado de forma ampla, ações fora do espectro de tecnologia, em geral, negociam a múltiplos abaixo da média do mercado”, pontua Castro.
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A seguir, conheça o origem do termo The Magnificent 7 e entenda por que tanta gente hoje em dia cobiça as ações das maiores empresas de tecnologia do mundo.
A origem do grupo “The Magnificent 7”
Durante muito tempo, utilizou-se o termo FANG para descrever as empresas de tecnologia com grande potencial de crescimento a partir da aplicação de alta tecnologia.
Com Facebook (agora Meta), Amazon, Netflix e Google (hoje Alphabet) em sua composição, o termo tornou-se amplamente conhecido pelo desempenho dessas empresas e, claro, pela maneira como revolucionaram o mercado. Posteriormente, o termo recebeu mais uma letra “A”, com a adição da Apple, passando a ser conhecido como FAANG.
Esse seleto grupo de empresas ganhou novos integrantes por conta da onda de entusiasmo com as novas tecnologias. Composta por Apple, Microsoft, Alphabet, Amazon, Tesla, Meta e Nvidia, esta turma repaginada passou a ser denominada de “The Magnificent Seven” (As Sete Magníficas). Netflix caiu fora.
Concentração das Magnificent 7 no S&P 500
O S&P 500, principal índice norte-americano, apresenta uma concentração elevada nas empresas do grupo The Magnificent 7. De acordo com a plataforma Economatica, Apple e Microsoft, juntas, compõem quase 14% do índice.
Quando se adiciona Amazon, Nvidia, Alphabet, Meta Platforms e Tesla, essa concentração sobe para aproximadamente 27,42%. Ou seja, apenas sete empresas representam mais de um quarto do valor total do S&P 500. O restante do índice, que inclui outros 493 ativos, representa 72,58%.
Em resumo, essa concentração no índice S&P 500 amplifica a sensibilidade do índice às flutuações dessas ações específicas. Dada a magnitude de sua representação, movimentos significativos em suas cotações podem influenciar fortemente a direção geral do índice.
Desempenho notável das maiores empresas de tecnologia do mundo
Em 2023, essas gigantes corporativas têm demonstrado um desempenho notável e, em grande medida, têm atuado como um pilar de sustentação para o índice e, assim, compensaram o desempenho das demais empresas que compõem o S&P 500.
De acordo com a consultoria Economatica, ao examinar a dispersão dos retornos no S&P 500, identifica-se uma tendência interessante. “Há uma concentração de empresas cujos retornos são negativos. No entanto, um número limitado de empresas tem demonstrado retornos notáveis. Curiosamente, essas empresas de destaque coincidem com aquelas que possuem a maior representatividade no índice”, destaca a plataforma.
Levantamento da Economatica considerou um portfólio no qual as “sete magníficas” possuem pesos iguais e comparou com o desempenho do S&P 500. Assim, uma carteira composta por essas big techs apresentaria uma performance consideravelmente superior ao benchmark. esse portfólio obteve um crescimento de 83,3%, enquanto o S&P 500 registrou uma valorização de apenas 9,8% (entre dezembro de 2022 e 24 de outubro de 2023).
No entanto, alerta a plataforma, “é essencial lembrar que avaliar apenas a performance de um ativo pode ser enganoso, especialmente quando a análise é ‘ex-post’. Todo investimento deve ser ponderado levando em conta a relação entre risco e retorno”.
“A performance desse portfólio de big techs destacou-se sobretudo em períodos prolongados, superiores a 48 meses, no qual o retorno foi quatro vezes maior em comparação ao S&P 500. Porém, é crucial ressaltar que maiores retornos estão, frequentemente, associados a maiores riscos. Isso é evidenciado pela volatilidade anual dos ativos; em todos os períodos analisados, a carteira com as big techs demonstrou uma volatilidade significativamente mais alta que o S&P 500, sugerindo que essas empresas são altamente reativas às oscilações do mercado”, salienta a Economatica.
Filme “The Magnificent Seven” e as maiores empresas de tecnologia do mundo
O grupo “The Magnificent 7” ainda é pouco conhecido pelo público em geral. Ao fazer uma busca na internet, é mais fácil chegar ao filme homônimo de 1960 do que à turma das big techs (no Brasil, a produção foi batizada de “Sete Homens e Um Destino”).
Na trama, sete pistoleiros têm a missão de defender um vilarejo. De acordo com a Economatica, é possível traçar um paralelo entre o longa norte-americano e as sete gigantes de tecnologia. Para a plataforma, as big techs seriam responsáveis por “proteger” a performance do S&P 500.
“Sete Homens e um Destino” é uma versão ocidentalizada do clássico “Os Sete Samurais” (1954), do lendário diretor japonês Akira Kurosawa. No faroeste de John Sturges, caubóis no Velho Oeste entram em cena no lugar de samurais no Japão.
A refilmagem norte-americana tornou-se um dos faroestes mais amados de todos os tempos. Ganhou três continuações e uma adaptação para a televisão no fim dos anos 1990. Por fim, uma nova versão da história chegou aos cinemas no ano de 2016.