Três pontos da disputa presidencial de 2026 para o investidor acompanhar desde já

A disputa presidencial de 2026 entra no radar na esteira da divulgação de pesquisas de intenções de voto e de avaliação do governo. A primeira rodada de 2025 de dados divulgados pela Genial/Quaest mostra um quadro de muitas incertezas e com sinais distintos.
Enquanto a reprovação do governo Lula supera pela primeira vez sua aprovação, o atual presidente lidera em todos os cenários. Ao mesmo tempo, com Jair Bolsonaro inelegível, a oposição (sobretudo a direita) ainda está longe de definir um candidato de consenso.
1) Índice de aprovação de Lula
Para o BTG Pactual, em relatório encaminhado aos investidores, a taxa de aprovação do governo é provavelmente o dado mais relevante no momento para basear a discussão sobre a disputa presidencial de 2026. Nesse sentido, o banco avalia dados da consultoria Jota e do Datafolha para saber como está o desempenho de Lula em relação aos governos anteriores (inclusive os dois primeiros do mesmo).
Então, conforme o dados levantados pelo BTG, a taxa de aprovação de Lula (35%) após oito trimestres é apenas melhor do que FHC2, Temer e Collor. Bem como um pouco menor do que os 37% de Bolsonaro no mesmo período.
“Na maioria dos casos, os índices de aprovação tendem a cair um pouco mais nos trimestres seguintes e depois se recuperam no final do governo”, anota o banco.
Em suma, com base nos números anteriores, as taxas de aprovação da maioria dos presidentes melhoraram do 8º trimestre até o final de seus governos. Sendo que Lula2 cresceu 13 pontos percentuais, Lula1 avançou 7 p.p. e FHC2 oscilou 2 p.p. para cima.
Por sua vez, as taxas de aprovação de FHC1 e Dilma1 caíram do 8º trimestre até o final de seus governos (-12 p.p. e -20 p.p., respectivamente). Mas ambos os presidentes conseguiram ser reeleitos.
2) Desempenho da economia daqui para frente
Simultaneamente, o relatório do BTG cita um fator que pode influenciar os índices de aprovação de Lula daqui para frente: o desempenho da economia. Em geral, os agentes financeiros têm projetado uma desaceleração da atividade.
Isso em um cenário em que o Banco Central pode subir a taxa Selic para a faixa de 15% para conter a pressão da inflação.
“Para piorar a situação, com a expectativa de desaceleração da economia, as chances são de que a taxa de aprovação do governo continue a cair”, observa o banco.
3) Lula vai disputar? Quem é o rival mais forte?
Finalmente, o terceiro ponto é saber quem estará na disputa presidencial de 2026. Lula vai tentar um quarto mandato? Quem pode ser seu substituto? Do lado da oposição, quem pode angariar apoio e virar nome de consenso?
“O presidente Lula é um líder popular com a máquina do governo ao seu lado. Portanto, acreditamos que é difícil descartá-lo da corrida presidencial tão cedo”, afirma o BTG.
“Está ainda menos claro quem será o principal candidato da oposição – o ex-presidente Bolsonaro quer concorrer, mas seus direitos políticos estão suspensos. Se ele não puder concorrer, acreditamos que seu apoio ao candidato da oposição será decisivo”, completa o banco.
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