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Dinheiro e calor: é possível investir no clima?
Hoje vou falar sobre dois assuntos que preocupam e atingem a todos: dinheiro e calor. Sim, esses dois itens estão interligados. Tanto que, para ilustrar, vou te contar uma história que aconteceu há poucos dias, quando dois líderes do Itaú Unibanco conversavam na inauguração dos escritórios de investimentos íon, em Santos. E, realmente, o calor está subsaariano.
– Alê, não aguento mais esse calorão dos últimos dias! 35 graus na sombra!
– Sil, impressionante, mesmo. Parece que este ano é o mais quente da existência do planeta. Mas agora parece que concentraram toda a radiação aqui e está um clima de alto verão, mas alto verão no deserto, porque olha…
– kkkk, ainda bem que esta semana podemos cantar como fazia o chorão no Charlie Brown Jr:
“Meu escritório é na praia, eu tô sempre na área mas eu não sou daquela laia não!”
– Sensacional, verdade! Inauguramos nosso escritório de investimentos íon aqui no litoral e temos todo o conforto do ar-condicionado, na temperatura certa, e uma água de coco gelada pra cuidar dos investidores!
Porém, e quem não tem ar-condicionado, água geladinha nem a brisa do mar como os clientes deste escritório? Como é possível se beneficiar deste clima?
Existem alguns ângulos quando pensamos em dinheiro e calor. Principalmente olhando pelo lado puramente financeiro, quando relacionamos com investimento de impacto e com propósito de ajudar a deixar o mundo melhor.
Como investir no clima?
Para quem olha o lado puramente financeiro, há a possibilidade direta de investimentos em clima apostando em um determinado cenário, seja para se proteger de chuvas, secas ou quaisquer outras situações. Neste sentido, dinheiro e calor têm muito a ver.
Bons exemplos desse tipo de objetivo são os contratos de derivativos climáticos, ferramentas que foram criadas para o setor energético com o intuito de mitigar o risco ligado às intempéries climáticas, que podem afetar o desempenho do setor.
Não tardou para que sua aplicação ocorresse em outros setores que são afetados pela variação do clima, sobretudo a agricultura.
Um exemplo desse uso no “negócio das temperaturas”: como os derivativos climáticos são produtos muito específicos, esse tipo de contrato futuro é baseado em índices meteorológicos.
Por exemplo, o índice pode medir milímetros de precipitação ou temperatura acumulada sobre uma localização específica ou sobre um conjunto de locais.
Existem índices financeiros que medem graus de temperatura ou milímetros de chuva.
Temperatura como índice de mercado
Muitas empresas costumam usar um índice conhecido como “graus de calor por dia”, (em inglês heating degree days, HDD) ou “graus de frio por dia” (em inglês cooling degree days, CDD). E parece bizarro, mas é real: a temperatura é o índice mais utilizado neste mercado.
O cenário de derivativos climáticos se tornou mais dinâmico porque existem muitas indústrias com interesses concorrentes em relação ao clima. Para se ter uma ideia, imagine que uma empresa adquira um derivativo climático por meio de um contrato que estabeleça uma temperatura mínima tolerada pelo seu negócio.
Então, para cada grau Celsius que ficar abaixo do nível estabelecido no contrato, a contraparte deverá pagar a você uma determinada quantia previamente acordada. Por outro lado, se a temperatura estiver alta, você deverá pagar para a contraparte.
Questão ESG
Todo mergulho na reflexão trazida pelas discussões sobre ESG (no Brasil também chamada de ASG- Ambiente, Social e Governança) aporta grandes elementos para os investimentos com propósito.
Os exemplos vão desde uma escolha séria baseada em princípios éticos, sob a lente dessas três letras, até investimentos mais diretos que são feitos exclusivamente pelo prisma de alguma delas.
Segundo dados da empresa de pesquisa de mercado CTVC (Climate Tech Venture Capital), há novos US$ 33 bilhões de fundos específicos para o clima arrecadados nos últimos 3 anos.
Investir no clima é investir em crescimento sustentável
Sem dúvida, investir no clima é investir em crescimento sustentável e não deixarmos apenas no acaso, na fé, jogar para o santo preferido.
Aliás, passando por São Caetano, Santo André, São Bernardo e até pela mais antiga do Brasil, São Vicente, podemos chegar à cidade com o maior jardim de orla de praia do mundo e o maior porto brasileiro: Santos, com o seu índice altíssimo de Desenvolvimento Humano (IDH), como você vê abaixo:
E espero que Sil e Alê estejam lá em Santos no escritório de especialistas íon para nos receber com uma geladíssima água de coco porque:
“Ainda bem que eu trouxe até meu guarda sol, tenho toda tarde, tenho a vida inteira…. eu tô fritando aqui, vou entrar não aguento mais…”
*Texto de , Eduardo Forestieri, CFP, dono da coluna Rock n’ Pocket no Feed de Notícias do íon, onde o artigo foi publicado originalmente. Para ler este e outros conteúdos, acesse ou baixe o app agora mesmo.
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