Como bitcoin reagiu ao halving e o que esperar daqui para frente

Entenda a reação imediata do mercado ao evento e os fatores que devem influenciar o preço da moeda

Cotação do bitcoin pode chegar a US$ 100 mil? Vitória de Trump reacende expectativa no mercado de criptomoedas. Foto: Agustin Marcarian/Reuters
Cotação do bitcoin pode chegar a US$ 100 mil? Vitória de Trump reacende expectativa no mercado de criptomoedas. Foto: Agustin Marcarian/Reuters

O halving, evento mais aguardado pelos investidores e pelo mercado de criptomoedas, aconteceu na sexta-feira (19). O corte na produção de novas moedas de bitcoin reduziu pela metade a recompensa por bloco minerado de BTC.

Com a mudança, os mineradores agora recebem 3,125 bitcoins por bloco que desvendam usando suas máquinas. Antes, a recomenda era de 6,25 BTCs. O preço da moeda não mudou tanto. O bitcoin começou a semana com uma alta de pouco mais de 1%, chegando a US$ 66 mil.  

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“Observamos que o preço do bitcoin geralmente traz maiores retornos 365 dias após o halving em comparação aos 365 dias anteriores ao halving. Ou seja, mesmo com uma subida, o que costuma vir depois do halving tem impacto maior no preço do ativo”, explica Taiamã Demaman, líder de research da Coinext. 

Outro ponto importante a entender nesse momento, segundo o especialista, é como esse mecanismo, de emissão previsível e decrescente será capaz de influenciar o preço do ativo daqui para frente. “Visto que já foram emitidos mais de 19,6 dos 21 milhões de bitcoins disponíveis e que o restante, cerca de 6,6% da oferta total, será emitido ao longo dos próximos 116 anos, o impacto de cada halving na oferta será cada vez mais reduzido”, ressalta. 

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Taxas de transação dispararam logo após o halving 

Enquanto o preço da moeda em si não mudou, um aumento das taxas de transação chamou atenção logo após o halving. Basicamente, o que define essa taxa é o valor que os usuários oferecem aos mineradores de cripto para ter prioridade na fila de transações. Esse número tende a subir quando há um número maior de operações em processamento. 

“O que chama atenção depois desse halving é o número de transações e a demanda no sistema. A taxa mediana no dia do halving foi de US$ 98. Comparando com alguns dias anteriores, a taxa era de US$ 2”, ressalta Valter Rabelo, head de ativos digitais da Empiricus Research. Depois de subirem significativamente, as taxas voltaram a cair nesta segunda (22). 

De acordo com Valter, essa disparada aconteceu também pelo lançamento do protocolo Runes. “Esse novo protocolo utiliza a rede do bitcoin como uma infraestrutura para lançar memecoins. Esperamos nas próximas semanas ver uma maior atividade na rede de bitcoins focadas nessa especulação memecoins, como vimos com a rede Solana”. 

Bitcoin: o que levar em conta agora?

Na visão de Taiamã, para quem deseja compreender o comportamento de preço do bitcoin a partir de agora, é importante observar, mais do que o halving de forma isolada, os indicadores dos fluxos de liquidez para o ativo.  

“Isso inclui a capitalização de stablecoins, visto que o aumento de acumulação dessas moedas precede aportes em bitcoin. Além disso, dados macroeconômicos globais, sobretudo dos EUA, que podem auxiliar a prever taxas de juros e, consequentemente, a entrada de capital em mercados mais voláteis. A análise de sentimento dos investidores por meio dados de contratos futuros e alavancagem, por exemplo e entrada de capitais via fundos, como os ETFs, ou via corretoras globais (spot) também é importante”.  

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.

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