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Em rali histórico, o que vai acontecer com o bitcoin após alcançar os US$ 100 mil?
Essa foi mais uma semana e tanto para os investidores de bitcoin, a moeda digital descentralizada que está em vias de alcançar a cotação histórica de US$ 100 mil.
O preço do criptoativo cresce sem parar desde a eleição de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos. Em poucos dias, voou do patamar de US$ 66 mil para fechar a sexta-feira (22) perto de US$ 99 mil.
No ano, a valorização do bitcoin ultrapassa os 130%. Em 12 meses, são 160% de alta da cripto, contra “apenas” 30% do S&P500, o maior índice de ações dos Estados Unidos, composto por Apple (AAPL34), Microsoft (MSFT34) e Amazon (AMZO34), entre outras.
Segundo especialistas, o bitcoin quebrou praticamente todas as zonas de resistência que o mantinha abaixo dos US$ 100 mil. O ativo, assim, deve ultrapassar essa barreira a qualquer momento. E a pergunta que se faz é: o que deve acontecer com a moeda a partir de agora?
Semana animada para o bitcoin
Nesta semana, foram vários os combustíveis para o avanço do bitcoin. Começou com o gabinete de transição do presidente eleito. A equipe econômica de Trump está começando a tomar forma. E um dos principais defensores das criptomoedas de Wall Street está assumindo um papel de destaque.
Trump nomeou o atual CEO da corretora Cantor Fitzgerald, Howard Lutnick, para o cargo de secretário de comércio. O veterano economista é grande entusiasta do bitcoin.
Ainda na política, o presidente da SEC, xerife do mercado de capitais nos EUA, Gary Gensler, anunciou que irá deixar a autarquia a partir de 20 de janeiro. Atribui-se a uma resistência pessoal de Gensler a demora para a aprovação dos ETFs de bitcoin e ether à vista. Eles ficaram na fila por anos, mas foram aprovados em janeiro deste ano, o que marcou o primeiro rali do mercado em 2024.
Negócios reagiram ao rali da criptomoeda
No âmbito dos negócios, a MicroStrategy, empresa de software de Michael Saylor, anunciou na quarta-feira uma oferta de dívida de US$ 2,6 bilhões, com planos de usar o montante para comprar mais bitcoins. Logo no início da semana, a empresa disse que gastou US$ 4,6 bilhões para comprar 51.780 bitcoins, aumentando seu estoque para cerca de 331.200 tokens.
Para completar, a Nasdaq, bolsa de tecnologia dos Estados Unidos, deu aval para a negociação de opções do ETF de bitcoin da BlackRock, a maior gestora do mundo. O fundo passivo subiu 4,1% na quinta-feira com a novidade.
Além disso, surgiram boatos de que a Trump Media, controladora da plataforma de mídia social Truth Social, de Donald Trump, estaria perto de um acordo para comprar a plataforma de criptomoedas Bakkt Holdings. A plataforma foi procurada pela imprensa americana e optou por não se pronunciar.
O que acontece após forte alta do bitcoin?
Em meio a todo esse frenesi, os especialistas de criptomoedas no mercado financeiro até tentam segurar a empolgação, mas com tanto dinheiro, fica difícil.
Anthony Pompliano, gestor da Professional Capital Management, conta que está em êxtase. “O bitcoin romper US$ 100 mil é muito importante. Primeiro, porque é um número redondo e os humanos gostam de números redondos”, afirma.
Para ele, o segundo motivo importante – esse, mais técnico -, é que a criptomoeda tem comportamento que chama de “reflexiva”. Quanto maior for a sua cotação, menos arriscada ela fica.
“Pense no grandes pools de capital. As grandes instituições, organizações financeiras, países, fundos soberanos. Eles iam comprar bitcoin e sempre diziam a mesma coisa: ‘é muito arriscado e muito pequeno. Eu tenho muito dinheiro. Se eu quiser ganhar dinheiro, tenho que colocar muito dinheiro para trabalhar'”.
Segundo ele, então, à medida que o preço do bitcoin sobe, mais capital poderá entrar. O que aumentará o preço do ativo. “O fato de ser um ativo reflexivo significa que ele pode acelerar a uma velocidade muito rápida. E o mercado vai comprar mais”, afirma.
Comprar no rumor e vender na notícia
Para o especialista em criptomoedas da Empiricus, Marcelo Cestari, a tendência de alta se mantem para o médio e longo prazos. Mas para o curto prazo, fica difícil cravar o movimento do bitcoin.
“Eu acho que é muito difícil a gente cravar o que vai acontecer exatamente no curto prazo porque pode, sim, ter o movimento de sell the news (em referência à máxima de comprar no rumor e vender na notícia). Muita gente pode ter deixado o ordem aberta pra vender nos US$ 100 mil dólares”, afirma. Segundo ele, correções de até 30% no valor do bitcoin são plenamente possíveis.
“Mas a gente sabe também que o mercado de cripto, se tratando de bitcoin principalmente, acontece um movimento de muita euforia. Quando a gente olha para o ‘bull market‘, às vezes os preços sobem de maneira inexplicável. Isso, mais pela emoção do que pela razão”, conta.
“Não me assustaria o Bitcoin ultrapassar a barreira dos US$ 100 mil e ir para os US$ 105 mil e para os US$ 110 mil de uma vez”, conta.
Vale iniciar posição em bitcoin?
Cestari alerta o investidor que esse não é um bom momento para iniciar uma posição em bitcoin. Principalmente para quem está de olho no curto prazo. Agora, para um horizonte longo de investimento, a criptomoeda faz sentido.
É uma opinião parecida com a do gestor Alexandre Ludolf, da Transfero. Segundo ele, quem investiu no ativo no passado pode se beneficiar com a realização de uma parte do lucro. Mas é preciso segurar o desejo de liquidar o investimento.
“Se (a pessoa) não está precisando de caixa, eu não venderia. Eu acho que é um ativo escasso, é um ativo que não desvaloriza tanto. Eu acho que botar um pedaço no bolso faz bem”, conta.
Ele também espera por oscilações após bater os US$ 100 mil.
“A gente sabe que esse mercado é cíclico, que a gente vai ver correções de 40% ou mais ao longo dos próximos anos. Mas a velocidade com a qual o mercado se ajustou foi muito rápida e sugere que, rompendo os US$ 100 mil, pode talvez até esticar um pouco mais”, arrisca.
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