Citi: estabelecer foco em metais básicos pode impulsionar ações da Vale (VALE3)
Analistas veem metais básicos como opção no médio e longo prazos para alavancar resultados
A unidade de metais básicos da Vale (VALE3) está operando com uma lucratividade que é a metade do que poderia ser, diz o Citi. O banco destaca que uma falta de foco nas operações de níquel e cobre, com pouca expertise na diretoria sobre os metais e indecisão sobre o que fazer com elas, prejudicam o alcance do seu verdadeiro potencial.
Os analistas Alexander Hacking e Stefan Weskott escrevem que o Ebitda estimado para a unidade de metais básicos é de US$ 2,8 bilhões, cerca de 50% menos que US$ 5,5 bilhões a partir da primeira meta de produção da unidade divulgada em 2017. Eles destacam que os números daquele ano tinham premissas errôneas e não contavam com alta nos custos.
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“Nós vemos os metais básicos como interessante opção no médio e longo prazo, por conta da escassez em potencial de níquel e cobre”, comentam. No entanto, no curto prazo a visibilidade é limitada pelo foco em minério e falta de consistência operacional na unidade.
A fraqueza da companhia em conseguir alavancar essas operações têm vários motivos, aponta o Citi, mas todas elas acabam caindo em uma falta de expertise na diretoria para lidar com níquel e cobre. “A Vale tem expertise excelente em mineração aberta e logística, mas não em mineração subterrânea e níquel.”
Algumas das soluções que os analistas apontam para melhorar a geração de valor da unidade de metais básicos podem ser um desinvestimento total, focando unicamente em minério de ferro, o que traria interesse e pode gerar múltiplos de 8 a 12 vezes o Ebitda, ante 3 a 4 vezes atuais.
No entanto, a empresa já descartou essa possibilidade. Outra medidas seriam listar 25% da unidade em bolsas internacionais, como Nova York ou Londres, o que reduziria o desconto ante pares. Outras sugestões que o banco faz é a venda de uma participação de 25% ou acordos com parceiros estratégicos, como a Glencore, que já opera níquel.
O Citi tem recomendação de compra para ações da Vale, com preço-alvo em US$ 16 para os recibos de ação (ADRs) negociados na Bolsa de Nova York (Nyse), potencial de alta de 31,6% sobre o fechamento de ontem.