Expectativa da XP agora é que a Selic atinja 15,5% em 2025

Casa espera um início de ciclo de flexibilização monetária somente na primeira metade de 2026

Diante de uma dinâmica da taxa de câmbio que reuniu uma piora na percepção de risco no Brasil e uma combinação de fundamentos econômicos – incluindo o fortalecimento global do dólar com a vitória de Donald Trump na eleição presidencial dos Estados Unidos -, a XP espera que o real siga em níveis mais depreciados ao longo deste ano, ao elevar sua projeção para o dólar de R$ 5,85 para R$ 6,20 no fim de 2025.

“A nosso ver, os fatores que levaram à depreciação recente do real não se dissiparão no curto prazo, mantendo elevados os prêmios de risco nos preços dos ativos financeiros. Ademais, incertezas em torno das políticas fiscal e parafiscal podem ser ampliadas à medida em que se aproxima o período eleitoral”, avaliam os economistas da XP em revisão de cenário divulgada nesta quarta-feira. A casa, nesse sentido, espera que o dólar suba para R$ 6,40 no fim de 2026.

Selic acima de 15% em 2025?

Para a XP, a “atuação firme do Banco Central” na condução da política monetária “será importante para evitar uma deterioração adicional da taxa de câmbio”. A instituição, que tem Caio Megale como economista-chefe, também elevou sua projeção para o juro básico no fim do atual ciclo de aperto de 15% para 15,5%, enquanto espera um início de ciclo de flexibilização monetária somente na primeira metade de 2026, com a Selic caminhando para 12,5% no próximo ano.

Na avaliação dos economistas da XP, a política monetária “precisa ser suficientemente restritiva para reequilibrar a oferta e a demanda e estabilizar a taxa de câmbio”, o que levaria a uma menor pressão inflacionária em 2026. No entanto, os profissionais alertam que o desafio na condução dos juros continua a aumentar na medida em que as expectativas inflacionárias de curto e de médio prazo se afastam da meta de 3%.

Piora da inflação

A XP, inclusive, elevou sua projeção para o IPCA de 2025 de 5,2% para 6,1%, enquanto espera que a inflação termine 2026 em 4,5%, no teto da meta.

“A política fiscal expansionista aumenta a carga sobre a política monetária. As despesas do governo central continuarão crescendo acima da inflação, conforme permitido pelo arcabouço fiscal. Além disso, os pagamentos de precatórios, as despesas parafiscais, os governos regionais e as empresas estatais também devem contribuir para manter a política fiscal em modo expansionista”, observam os economistas.

Com informações do Valor Econômico

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