IF Hoje: Perspectivas para novo governo deixam mercado cauteloso
Discussão sobre o equilíbrio fiscal é chave na definição das estratégias de investimento
- Decisão de Gilmar Mendes sobre Bolsa Família fora do teto de gastos dá mais poder para o governo de transição na negociação com a Câmara dos Deputados
- Tom no mercado internacional é um pouco mais positivo, com Bolsas europeias e futuros de Wall Street em alta
- Bolsas asiáticas recuam à espera de esclarecimentos sobre estímulos do governo e taxa básica de juros na China
A semana decisiva para o governo de transição, no Brasil, começa com a autorização do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes para que os recursos destinados ao pagamento do Auxílio Brasil (rebatizado de Bolsa Família) de R$ 600 sejam excluídos do teto de gastos em 2023. É uma medida que dá mais poder à equipe do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para negociar a aprovação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da Transição.
No sábado (17), o relator da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da Transição na Câmara, deputado Elmar Nascimento (União-BA), se reuniu em Brasília com o presidente eleito. Depois de ser aprovado com um placar confortável no Senado, de 64 a 16, o texto da proposta emperrou na Câmara. A votação era esperada para a semana passada, mas começará apenas nesta terça-feira (19).
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Os dois principais motivos para a demora são: a indefinição sobre o chamado “orçamento secreto”, cuja legalidade está sendo julgada pelo STF (Supremo Tribunal Federal), e a pressão feita pelo chamado Centrão para garantir cargos no futuro governo Lula. Com o novo Bolsa Família de R$ 600 garantido, a negociação fica mais fácil para a equipe de transição.
Como afeta os investimentos?
A questão fiscal na futura administração Lula é a principal preocupação do mercado local no momento. Um eventual desequilíbrio nas contas aumentaria o medo dos investidores de que o governo federal, que é o maior emissor de dívida no país, tenha dificuldades em honrar seus compromissos. Nesse caso, cresce a pressão para o aumento dos juros pagos, o que sempre significa desaceleração da atividade econômica.
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Enquanto não existe mais clareza sobre como ficam as contas do governo, os investidores tendem a evitar grandes mudanças nas suas estratégias. A aversão aos ativos de risco cresce.
Agenda do dia
- 12h – EUA: Índice NAHB de mercado imobiliário (dezembro)
- 22h15 – China: Decisão de política monetária – taxa básica de juros