Mercadante vai se reunir com empresários e banqueiros para aparar arestas

A nomeação do petista para o BNDES sinalizaria uma política econômica mais desenvolvimentista do governo eleito

Aloizio Mercadante, futuro presidente do BNDES.  Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Aloizio Mercadante, futuro presidente do BNDES. Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

O novo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES), Aloizio Mercadante, se reunirá com os principais empresários e banqueiros do país na próxima quarta-feira (21), em São Paulo.

Mercadante foi indicado ao cargo pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

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O encontro será realizado pelo grupo Esfera Brasil. Devem participar o banqueiro André Esteves, do BTG; Benjamin Steinbruch, da CSN; Luiz Carlos Trabuco, do Bradesco, e Rubem Ometto, da Cosan.

A indicação de Mercadante é criticada por setores do mercado financeiro e até mesmo entre economistas e políticos aliados. Na terça (13), a Bolsa de Valores caiu 1,71% depois de seu nome ser anunciado.

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Para investidores, a nomeação de Mercadante sinalizaria uma política econômica mais desenvolvimentista do governo eleito, com possível expansão do gasto público para impulsionar o crescimento.

Lula, no entanto, saiu em defesa do ex-ministro. Em conversas com aliados, disse que ele está sendo “perseguido”, e que “estão colocando na conta do Mercadante” coisas que não são da responsabilidade do economista, como a mudança na lei das estatais.

No entendimento de Lula, o futuro presidente do BNDES poderia assumir o comando do banco sem a mudança na regra, já que não ocupava cargo na direção do PT.

Lula aceita as análises de que Mercadante foi inábil e cometeu equívocos no período em que foi ministro de Dilma Rousseff (PT), comandando em sequência as pastas de Ciência e Tecnologia, Educação e Casa Civil, e sendo considerado homem forte do governo dela.

Mas diz que ele “mudou” e que agora mostra uma habilidade muito maior para exercer o poder em postos-chave do governo, como o BNDES.

Mercadante se afastou de Lula já no primeiro mandato de Dilma Rousseff, que assumiu a Presidência em 2011.

Na disputa de bastidores entre os que defendiam que ela concorresse à reeleição e os que preferiam a volta de Lula, o economista ficou do lado da então presidente.

Depois que Lula saiu da prisão, no entanto, os dois se reaproximaram.

Mercadante preside a Fundação Perseu Abramo, vinculada ao PT, e nesta condição coordenou a formulação do programa de governo de Lula.

No futuro governo, o BNDES estará sob responsabilidade do recriado Ministério da Indústria e Comércio, que vai se tornar uma pasta poderosa e cobiçada por aliados. O ministério também deve herdar questões relacionadas ao planejamento futuro, que normalmente ficariam a cargo do também recriado Ministério do Planejamento, que ficará mais desidratado.

Haverá, ainda, o Ministério da Fazenda, que será ocupado por Fernando Haddad.

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