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Após cirurgia de Lula, mercado tem reação positiva e vê impacto em 2026, dizem analistas
A bolsa de valores sobe e o dólar cai nesta terça-feira (10) por volta das 15h50. O IPCA dentro do esperado é um dos eventos do dia. Outro grande fato é a cirurgia do presidente Lula às pressas por conta de uma hemorragia intracraniana. Os analistas consultados pela Inteligência Financeira apontam que há relação entre o incidente com Lula e o comportamento dos ativos.
O Ibovespa fechou o dia com alta de 0,80% e o dólar caiu 0,58%, cotado a R$ 6,04.
Para o economista André Perfeito, o tema da saúde do presidente Lula entra na pauta “com muita força” para as eleições daqui dois anos. “Afinal, tudo se resume hoje às expectativas de médio e longo prazos e de certa forma, 2026 chegou antes do esperado.”
Anteriormente, a pesquisa Quaest/Genial chamada ‘O que pensa o mercado financeiro’ havia apontado que o setor já tinha menos certeza de que Lula se candidataria em 2026.
A pesquisa mostra que, em março deste ano, 86% dos entrevistados imaginavam Lula na disputa para o próximo pleito presidencial. Mais recentemente, ainda antes do incidente, o número caía para 70%.
Mercado via queda no favoritismo antes da cirurgia do presidente Lula
Inclusive, o favoritismo de Lula caiu, segundo o mercado financeiro. Se Lula for candidato, apenas 34% acreditam que ele é o favorito. Sendo que, em março, 53% viam o atual presidente como o principal competidor.
Assim, a candidatura de Lula pode ter esse ponto, da saúde do presidente, como um fator complicador daqui em diante.
“Muito provavelmente essa hospitalização vai trazer desdobramentos, pois ao que tudo indica não é só uma situação de saúde corriqueira”, avalia Alexandre Espírito Santo, professor do Ibmec e economista-chefe da Way Investimentos.
Isso porque os problemas de saúde do presidente se estendem desde 19 outubro, quando Lula caiu em um banheiro do Palácio da Alvorada.
Fernando Haddad seria o substituto de Lula em 2026 para 82%, segundo a pesquisa Quaest, caso o atual mandatário não concorra.
Preocupação do mercado é com pacote fiscal e papel de Lula é ‘ruim’, diz analista
A principal preocupação do mercado agora é com o pacote fiscal. Na pesquisa mencionada, a maioria dos entes do mercado apontava papel negativo de Haddad e do governo como um todo na condução da pauta.
Nesse sentido, Thiago Lourenço, economista da Manchester Investimentos, pondera que, até o momento, o quadro de saúde do presidente não altera as perspectivas do mercado com relação a esse tema, principalmente pelo papel que Lula cumpre nessa discussão.
“Ao que tem sido demonstrado, o mercado não está colocando expectativas nas articulações de Lula, visto que o que o governo trouxe até o momento foi ruim”, afirma Lourenço.
Plano para assassinar Lula ‘não faz diferença’
Ao mesmo tempo, a pesquisa Quaest apontou que outro evento que envolveu a vida do presidente da República nos últimos dias não causou impacto no mercado financeiro.
O suposto plano para assassinar Lula, segundo apuração da Polícia Federal, ‘não faz diferença’ no que diz respeito à candidatura do presidente para 2026 para 76% dos entrevistados.
O plano foi divulgado pelas autoridades em 19 de novembro. Na ocasião, o mercado pareceu não sentir as ameaças à democracia como um risco à estabilidade do País. Assim, o Ibovespa subiu 0,34%. No dia seguinte, outra alta, de 0,95%.
Com informações do jornal Valor Econômico
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