Bolsonaro mantém silêncio sobre invasão da Rússia à Ucrânia

Presidente brasileiro participou de uma motociata e de inaugurações de obras no interior de São Paulo

Bolsonaro durante reunião com o presidente da Rússia, Vladmir Putin. Foto: Oficial Kremlin
Bolsonaro durante reunião com o presidente da Rússia, Vladmir Putin. Foto: Oficial Kremlin

Na contramão dos principais líderes do Ocidente, que condenaram a invasão russa à Ucrânia, o presidente Jair Bolsonaro se manteve em silêncio até agora sobre os ataques ostensivos realizados desde a última madrugada. No momento em que bombardeios atingiam diversas regiões do país leste europeu, o mandatário brasileiro foi ao interior de São Paulo participar de uma motociata e de inaugurações de obras.

Em clima de campanha, o presidente falou por 20 minutos em um palanque em São José do Rio Preto e não citou a crise internacional. O mesmo ocorreu durante à tarde, na capital paulista.

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O presidente também ignorou o tema até o momento nas redes sociais, onde publica comentários com frequência. As postagens desta quinta-feira se limitam a declarações favoráveis ao governo e projetos em andamento no país.

No início da manhã, o mandatário deixou Brasília para uma agenda em São José do Rio Preto, onde inaugurou o trecho de uma via urbana, e ao chegar na cidade exibiu ao vivo vídeos que registraram sua participação em uma motociata e a recepção de apoiadores aos gritos de “mito”.

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Na semana passada, Bolsonaro se encontrou em Moscou com o presidente Vladimir Putin. Durante a viagem internacional, disse ter visto em Putin “uma pessoa que busca a paz” e prestou “solidariedade” à Rússia, gerando críticas do governo dos Estados Unidos.

Diferentemente de Bolsonaro, o vice-presidente Hamilton Mourão afirmou mais cedo que o Brasil respeita a autonomia da Ucrânia e “não está neutro” no conflito. O vice entende que apenas sanções econômicas serão insuficientes para conter Putin e defendeu apoio militar do Ocidente ao governo ucraniano.

Sem condenar os ataques, o Itamaraty também se manifestou. Em nota, disse que o governo brasileiro “acompanha com grave preocupação” a deflagração de operações militares e “apela à suspensão imediata das hostilidades e ao início de negociações conducentes a uma solução diplomática para a questão”.

Com Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor Econômico

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