Bolsonaro cobra Guedes: ‘espero que resolva nos próximos dias a questão dos combustíveis’
Em entrevista, presidente disse que ministro da Economia pode permanecer no cargo em novo mandato
O presidente Jair Bolsonaro afirmou hoje que aguarda uma solução a partir do ministro da Economia, Paulo Guedes, para a alta dos combustíveis “no tocante a impostos”. Sem entrar em detalhes, afirmou que ainda nesta semana o país poderá ter “uma boa notícia sobre o tema”.
A declaração ocorreu após o presidente ser questionado, em entrevista a emissoras do Grupo Bandeirantes, se Guedes permanecerá em seu governo em eventual reeleição.
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“Com toda a certeza, sim. Depende dele, né. Eu vejo ele de vez em quando cansado, o que é natural. É um ministro que no passado era muito trocado na Economia. De vez em quando alguns querem que eu troque ele, entre outros, para resolver certos assuntos, eu prefiro conversar com ele e dentro daquela lealdade mútua que nós temos mudarmos alguma coisa e prosseguir nessa luta”, afirmou o presidente. “O Paulo Guedes espero que nos próximos dias resolva a questão dos combustíveis no tocante a impostos pelo Brasil. Ele já se mostrou favorável a isso, tem trabalhado para isso e espero que nos próximos dias, nessa semana mesmo, tenhamos uma boa notícia sobre preço dos combustíveis no Brasil.”
Ainda sobre a alta nos preços, Bolsonaro voltou a criticar a “ganância enorme” e o “lucro exagerado” da estatal. Segundo o presidente, as petrolíferas reduziram suas margens para fazer frente à alta do petróleo, enquanto a Petrobras a aumentou. Ele clamou para que a empresa não aplique um novo reajuste até que os novos nomes da diretoria sejam apreciados pelo conselho.
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“A Petrobras estamos tentando mudar, mudou o ministro de Minas e Energia, que quer mudar agora toda a [diretoria] da Petrobras, mas há uma dificuldade, tem reunião de conselho, uma burocracia enorme, e demora isso daí. Espero que até lá não haja um novo aumento de combustíveis. Eu não tenho participação no aumento no preço dos combustíveis, por mim ele não aumentaria”, disse.
Questionado sobre a privatização da empresa, Bolsonaro considerou difícil o processo ir adiante e pontuou que, na sua opinião, o processo precisaria ser modulado para não se criar um “monopólio privado”.
“Privatização da Petrobras é muito difícil. Conversei com o ministro de Minas e Energia, ele tem essa intenção, deu o pontapé inicial, mas dificilmente vai para frente tudo isso. Correndo tudo certo levaria uns quatro anos. E você tem que modular isso daí. Você não pode simplesmente quem pagar mais vai levar. Hoje em dia, tem um monopólio estatal aqui dentro e ia ter um outro monopólio privado aí fora. A refinaria que foi privatizada na Bahia, poucos meses atrás, começou a vender óleo diesel a preço maior do que aquele de paridade internacional, que ao meu entender foi uma medida muito errada feita no governo Temer”, argumentou.
Na linha de outras críticas sobre a transparência da estatal, Bolsonaro criticou o pagamento de dividendos a acionistas minoritários.
“A Petrobras tem a sua função social prevista na própria Constituição. Por que não vai para frente? Porque aquilo funciona em parte como se fosse uma caixa preta. E nós temos que resolver este assunto. Ela está refém dos minoritários”, disse. “Parte considerável dos acionistas minoritários são empresas de previdência americanas. Ou seja, nós estamos bancando a aposentadoria de pessoas fora do Brasil com o sacrifício do povo brasileiro”.