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Análise: Eventos de 7 de Setembro mostram força de Bolsonaro
Fábio Zambeli, analista-chefe do JOTA, resume a semana na política brasileira
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A semana foi marcada pelo principal ato político até agora da campanha eleitoral: as manifestações em favor de Bolsonaro no 7 de Setembro.
O presidente aproveitou as comemorações do bicentenário da Independência para misturar desfiles cívicos, militares e verdadeiros comícios em Brasília e no Rio de Janeiro. A oposição diz que houve abuso de poder político e econômico, mas é bastante improvável que o TSE dê alguma punição mais severa a Bolsonaro agora, pois a caracterização jurídica é difícil num prazo muito curto.
O fato é que foi uma demonstração inequívoca de força política do presidente. Centenas de milhares de pessoas saíram às ruas em todo o país, vestidas de verde e amarelo, para defender a sua reeleição. E o 7 de Setembro também representou uma mudança na conduta de Bolsonaro, que evitou ataques aos ministros do Supremo e nem sequer questionou as urnas eletrônicas, o que foi um alívio para o Tribunal Superior Eleitoral.
As imagens desses eventos vão aparecer com frequência nas redes e na TV até o final da campanha, como sinal de vitalidade da candidatura de Bolsonaro. Apesar de ter sido um movimento muito voltado para o público que já está com Bolsonaro, ele cria uma expectativa na campanha. O presidente tentará usar essa mobilização de rua para crescer nas intenções de voto e estreitar a diferença para Lula, que lidera a corrida presidencial, segundo o nosso agregador de pesquisas do JOTA, com uma margem de oito pontos percentuais.
O tempo é curto. E a campanha de Lula resolveu antecipar a estratégia de pedir o voto útil dos eleitores que hoje estão com Ciro Gomes, o que vem criando um clima bastante beligerante entre os candidatos. Essa dinâmica de transferência de votos entre os dois é decisiva porque é ela que vai nos dizer se existe ou não chance de a eleição acabar no primeiro turno.
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