Petz planeja expandir presença em mercado americano com aquisição de Petix

A Petz planeja expandir sua presença no mercado americano com a aquisição da fabricante de tapetes higiênicos Petix, além de ampliar a penetração do produto nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, segundo o diretor-presidente da companhia, Sergio Zimmerman, em telefeconferência.

A Petix é líder no segmento de tapetes higiênicos no Brasil com a marca SuperSecão e fabrica os tapetes de marca própria da Petz. Nos Estados Unidos, está presente com a marca Wiz Smart nos 50 estados americanos em mais de 2,4 mil lojas, com grande potencial de crescimento devido à baixa penetração no mercado.

Segundo Zimmerman, a tese de investimento na Petix considera a posição de liderança nacional, o reconhecimento da marca, a presença crescente no mercado americano e potenciais investimentos na marca internacional. A conclusão da aquisição, de R$ 70 milhões, está sujeita à aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Zimmerman destacou que o produto da Petix é superior a tudo o que é vendido nos Estados Unidos. “O que nos dá confiança sobre o potencial do mercado americano é o feedback de quem usa, não o volume de vendas”, afirmou. “Pode demorar anos para ter uma penetração maior, mas estamos confiantes de que estamos no caminho certo para criar esta categoria no canal especializado, que não enxerga o tapete como estratégico”.

Além disso, existem muitas sinergias com a Zee.Dog, plataforma de produtos para cães que iniciou a Petz no mercado internacional, com sua aquisição em agosto de 2021 por R$ 715 milhões. Na ocasião, a Petz informou que visa a se tornar um ecossistema pet mundialmente reconhecido até 2025.

A Zee.Dog ainda fabrica seus tapetes higiênicos no exterior, e a Petz agora poderá internalizar parte dessa produção e realizá-la no Brasil, zerando custos de frete, e operando em outras categorias além do tapete slim. “Vamos manter ou melhorar características ao produzir no Brasil”, segundo Zimmerman. A fábrica da Petix fica localizada em Monte Mor (SP).

As sinergias incluem alavancar a distribuição já estabelecida, na medida em que a Petix tem relação com mais de 8 mil pet shops, e a criação de produtos exclusivos da Petix para a Zee.Dog, além de potencializar a presença no mercado americano.

Os tapetes da Petix também são exportados na América Latina, para Colômbia, Uruguai, Chile e Bolívia. “Estamos no começo da formação do mercado de tapetes higiênicos desses países”, afirmou Luiz Fernando Lourenço, sócio-fundador da empresa.

Na Europa, a Petix exporta de forma tímida para Portugal e já conversou com outras redes, tendo detectado demanda no mercado espanhol e francês. “O mercado europeu certamente será foco da operação”, segundo Rogério Haddad, então diretor-presidente da Petix. Lourenço e Haddad permanecerão na operação da empresa.

No Brasil, a Petix é líder de mercado, e seus tapetes são distribuídos de forma homogênea no território nacional dentro da rede Petz e demais lojistas. Zimmerman destacou que os tapetes higiênicos são produtos de alta recorrência e ainda baixa penetração, com muito potencial de crescimento.

“Queremos crescer em outras regiões”, disse Haddad, citando o Norte e o Nordeste do país. Em cidades como Rio de Janeiro e São Paulo, a penetração é de 10%, e isso pode ser triplicado, enquanto em Curitiba e Florianópolis é de cerca de 6% e em cidades do Nordeste é de 2% ou 3%.

No geral, o cenário para o segmento é animado devido à maior expectativa de vida dos pets e maior urbanização e verticalização de cidades brasileiras, segundo Zimmerman.

O cenário “deve evoluir nos próximos anos, vamos impulsionar investindo em marcas e tecnologia, tornar produto mais acessível ao consumidor e desta forma aumentar a penetração do produto”, disse Zimmerman. Ele destacou que a Petix é uma empresa focada 100% na produção de tapetes e fraldas e com iniciativas sustentáveis.

Por fim, Zimmerman destacou que a Petix tem no seu processo produtivo diferenciais competitivos. “A Petz não tem interesse em comprar indústrias de commodities, mas indústrias que têm diferenciais competitivos permanentes, que tenham toda correlação de ecossistema”, disse.

Leia a seguir