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PIB da construção deve desacelerar em 2025, para alta de 3%, apontam dados do FGV Ibre e Sinduscon-SP
É esperado que o PIB da construção cresça no ano que vem menos do que em 2024. A previsão é de aumento de 3% no Produto Interno Bruto do setor, no cenário-base, segundo o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre) e o Sinduscon-SP, que divulgaram os dados nesta quarta-feira (11).
O PIB do setor cresceu 4,1% até setembro deste ano, e a meta para 2024 é de um aumento de 4,4%. A previsão de 2025 representa, portanto, uma desaceleração. Em 2023, houve uma queda de 0,3% no indicador.
A divulgação do Sinduscon também mostra cenários mais otimistas e pessimistas, no qual o indicador poderia crescer de 2,2% a 3,7%, ainda assim abaixo do desempenho de 2024.
Entre as variáveis que podem impactar a cadeia da construção estão o preço das commodities, o câmbio, a inflação, a taxa de juros, o mercado de trabalho, o apetite para investimentos e a oferta de crédito, além de eventos climáticos extremos.
É esperado que, embora a produção habitacional vinda do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) continue alta, o crédito para a média e alta renda deva se contrair, o que pode afetar os lançamentos do segmento. As despesas com obras e reformas também devem desacelerar.
Do lado das obras de infraestrutura, a entidade reforça que os investimentos privados seguem em alta, mas não há segurança sobre o patamar dos investimentos públicos.
Em coletiva de imprensa, o presidente do Sinduscon-SP, Yorki Estefan, ressaltou que o plano de investimentos da Sabesp, de R$ 15 bilhões, previsto para os próximos dois anos no Estado de São Paulo, pode ser um “fator de crescimento”, se vier como prometido.
Eduardo Zaidan, vice-presidente de economia da entidade, explicou que a construção civil não é tão influenciada pelo curto prazo, porque obras que já estão contratadas tendem a serem finalizadas, mesmo quando as condições econômicas mudam. A conta, no entanto, chega depois. “Se tiver elevação de juros muito alta, vamos ter postergação de investimentos privados e de concessões, o que vai gerar uma diminuição do ritmo de atividade mais para a frente”, afirmou, acrescentando que isso pode ser visível no segundo semestre de 2025.
As pessoas físicas também podem ser atingidas pelo aumento dos juros, na ponta do crédito imobiliário. “É realmente um cenário de alerta”, afirmou Estefan.
Ana Maria Castelo, coordenadora de projetos da construção do FGV-Ibre, ponderou que mais da metade das unidades vendidas já são do MCMV, que tem orçamento definido para o próximo ano.
Em outubro, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic) previu alta de 3,5% para o PIB do setor no próximo ano.
*Com informações do Valor Econômico
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