Juiz anula acordo prévio e ordena julgamento da Boeing no caso do 737 MAX

O juiz federal responsável pelo caso criminal contra a Boeing ordenou a realização de um julgamento, aumentando as chances de que a gigante aeroespacial tenha que se declarar culpada ou se defender da acusação do que já admitiu ter cometido.
A ordem veio um dia após o “The Wall Street Journal” noticiar que a Boeing estava tentando retirar um acordo anterior em que se declarava culpada por enganar reguladores antes de dois acidentes fatais com jatos 737 MAX.
A Boeing e o Departamento de Justiça dos Estados Unidos deveriam propor alterações no acordo até 11 de abril.
Uma possível mudança que vinha sendo discutida, segundo o jornal, era se a Boeing poderia deixar de contratar um monitor externo.
Juiz distrital anulou prazo
Nesta terça-feira (25), o juiz distrital dos EUA Reed O’Connor anulou esse prazo e ordenou que as duas partes se preparem para um julgamento no dia 23 de junho.
Ele já havia rejeitado anteriormente o acordo devido a preocupações com os critérios de diversidade para o monitor externo que supervisionaria a Boeing como parte do acordo.
A Boeing admitiu em 2021 que enganou os reguladores de segurança aérea sobre um aspecto do 737 MAX que teve relação com desastres, que vitimaram 346 pessoas.
Os promotores se baseariam nessa declaração para processar a empresa, disse Paul Cassell, advogado de famílias cujos parentes morreram nos acidentes.
“O juiz está basicamente dizendo: por que estamos discutindo questões que já foram resolvidas há muito tempo?”, disse Cassell. “Isso parece um míssil de cruzeiro atingindo o alto escalão da Boeing.”
A Boeing disse em um comunicado que continua em discussões de boa-fé com o Departamento de Justiça. Um porta-voz do departamento se recusou a comentar.
*Com informações do Valor Econômico
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