Autoridades dos EUA abrem investigação contra Delta por conta de apagão aéreo
Crise da companhia norte-americana, desencadeada pelo apagão global causado pela CrowdStrike na semana passada, que afetou empresas em todo o mundo, se estende para o 5º dia consecutivo
Autoridades federais nos Estados Unidos iniciaram uma investigação sobre a Delta Air Lines, enquanto a companhia aérea luta para se recuperar de uma falha operacional que levou ao cancelamento de milhares de voos.
A crise da Delta, desencadeada pelo apagão global causado pelo CrowdStrike na semana passada, que afetou empresas em todo o mundo, se estende para o quinto dia nesta terça-feira (23). A companhia cancelou mais de 400 voos, ou cerca de 11% de sua programação principal do dia.
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Desde o início do apagão, mais de 5.000 voos foram cancelados, de acordo com a provedora de dados FlightAware, mas esse número é ainda maior quando se contam os voos de seus parceiros regionais.
Outras grandes companhias aéreas recuperaram suas operações nos últimos dias, enquanto a Delta alertou que os cancelamentos provavelmente se estenderiam por mais alguns dias.
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O Departamento de Transporte dos EUA “utilizará todo o poder de investigação e aplicação da lei para garantir que os direitos dos passageiros da Delta sejam respeitados”, disse o Secretário de Transporte, Pete Buttigieg, hoje.
A pasta informou que seu escritório de proteção ao consumidor de aviação está investigando a Delta em relação às interrupções generalizadas dos voos da companhia aérea e aos relatos de falhas preocupantes no atendimento ao cliente.
O hub da Delta em Atlanta, o epicentro de sua operação, sofreu a maior interrupção e ficou lotado de passageiros retidos, longas filas de atendimento ao cliente e bagagens perdidas se acumulando.
A Delta afirma que está cooperando com o departamento e permanece focada em restaurar sua operação e resolver os problemas dos clientes.
Na segunda-feira, o diretor-presidente da Delta, Ed Bastian, relatou em uma mensagem de vídeo interna para os funcionários como Buttigieg, no fim de semana, lembrou o CEO dos compromissos da Delta com seus clientes.
“Eu disse, você não precisa me lembrar”, comentou Bastian, referindo-se à sua conversa telefônica com o secretário de transporte. “Fazemos o nosso melhor, especialmente em tempos difíceis, cuidando de nossos clientes.”
A ferramenta que a Delta usa para combinar pilotos e comissários de bordo com voos estava entre os muitos sistemas da companhia aérea que ficaram inutilizáveis devido à interrupção da última semana.
Quando voltou a funcionar após várias horas, estava irremediavelmente sobrecarregada, disseram os executivos aos funcionários na segunda-feira.
Mesmo dias depois, ainda estava sobrecarregada pelo volume de mudanças que precisava processar, e a companhia aérea teve dificuldade em saber onde as equipes estavam e se estavam disponíveis para voar.
A United Airlines também enfrentou dificuldades durante grande parte do fim de semana, mas seu cronograma e sistemas estavam estáveis na segunda-feira, escreveu o diretor-presidente da United, Scott Kirby, em uma carta aos funcionários e clientes.
A companhia aérea teve que consertar manualmente mais de 26.000 computadores e dispositivos um por um em cada um de seus centros de contato e aeroportos.
“Também estamos fazendo um esforço para reunir nossos clientes e suas bagagens, até usamos a FedEx para ajudar a agilizar o processo, mas, geralmente, me sinto muito melhor sobre a estabilidade de nossa operação”, afirmou o executivo.
A cascata de cancelamentos da Delta se assemelha ao colapso em espiral que a Southwest Airlines experimentou após uma forte tempestade de inverno paralisar suas operações durante o movimentado feriado de Natal de 2022.
O sistema que a Southwest usava para realocar equipes após interrupções de voos foi sobrecarregado pela escala da interrupção, e a companhia aérea eventualmente teve que reduzir sua operação em cerca de 60% por três dias para se reorganizar.
O Departamento de Transporte investigou os problemas da Southwest e mais tarde aplicou uma multa de US$ 140 milhões à companhia aérea baseada em Dallas por supostas violações das leis de proteção ao consumidor.
Há pouco, as ações da Delta caíam 0,33% na Bolsa de Nova York (Nyse).
Com informações do Valor Econômico