BTG (BPAC11) acerta a compra de 100% da gestora Clave Capital
O BTG Pactual adquiriu a Clave Capital, gestora fundada por Rubens Henriques. A operação, sujeita a aprovações regulatórias, integra produtos e equipes da Clave ao BTG, fortalecendo estratégias multimercado e de crédito. Henriques liderará a América Latina na gestora do BTG.
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O BTG Pactual (BPAC11) selou um acordo para adquirir a Clave Capital, gestora fundada pelo ex-executivo-chefe da Itaú Asset Management Rubens Henriques. A gestora era uma das investidas do banco desde quando abriu as portas, em 2021, com uma participação minoritária. Henriques vai junto com a maior parte do time e passa a ser o chefe de Amértica Latina da gestora do BTG Pactual.
O movimento ocorre na esteira de resgates bilionários nas estratégias de maior risco na indústria de fundos, caso de multimercados e ações. Só neste ano, as carteiras mistas registraram saques de R$ 331,7 bilhões. No acumulado desde 2022 as saídas somam quase R$ 600 bilhões, segundo dados da Anbima, que representa o mercado de capitais e de investimentos.
Neste ano, a Clave registrava, até outubro, resgates de R$ 2,1 bilhões, com o patrimônio em R$ 5,5 bilhões.
Com a operação, ainda sujeita às aprovações regulatórias, os produtos e as equipes das estratégias multimercado, crédito e de fundos imobiliários migram para a asset do BTG Pactual, que reúne R$ 437 bilhões ao fim de outubro, segundo a Anbima.
No BTG, o plano de Henriques prevê preservar os mandatos das carteiras originárias da Clave, em um modelo de partnership que o banco roda há mais de 40 anos.
“Acreditamos que esse movimento estratégico permitirá maximizar o resultado de longo prazo para nossos investidores, preservando os processos e mandatos atuais, aumentando significativamente nossa capacidade de pesquisa e compreensão dos mercados, e melhorando ainda mais nosso poder de atração e retenção de talentos”, diz Henriques em nota. “Participaremos assim de um projeto multiestratégia maior, robusto e moderno.”
Quando foi para a rua, no primeiro semestre de 2021, a Clave já começou com um patrimônio considerado robusto para uma novata, com um capital comprometido de quase R$ 3 bilhões, entre o “seed money” previsto do BTG Pactual e a migração do multimercado da Vintage, que serviu como base da área macro.
O projeto nasceu com mais de 30 pessoas e três partnerships: de ações, multimercado macro e quantitativa, com Henriques como sócio de cada uma delas e atuando como CEO do conjunto.
À exceção de André Caldas, que tocava a estratégia de ações, os demais gestores vão integrar a equipe da asset do BTG Pactual: Rodrigo Carvalho à frente do multimercado macro; Mariano Andrade e Henrique Benzecry, na vertical de crédito; Carolina Avancini, no segmento imobiliário, além de outros executivos da Clave que passam a compor a sociedade do banco e o quadro da asset.
Já Caldas, que hoje lidera a área de renda variável, deve estruturar uma nova gestora independente dedicada a ações, tendo o BTG Pactual como sócio minoritário.
Com informações do Valor Econômico
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