Morning call: mercado segue de olho nos EUA, mas foco agora está em Jerome Powell

Os Estados Unidos seguem no foco dos mercados mundiais, mas nesta sexta-feira (4) não se trata apenas de analisar, avaliar e ponderar sobre o tarifaço imposto por Donald Trump. Agora, o foco está na divulgação do payroll. São os dados do mercado de trabalho do país em março. Na sequência vem o discurso de Jerome Powell, que é o presidente do Federal Reserve. Eis as principais conclusões do morning call que encerra a semana.
Um pouco do tom do discurso de Powell pode ter sido antecipado por Phillip Jefferson. Vice-presidente do Fed, ele disse que “não há necessidade de pressa para fazer mais ajustes na taxa de juros”. isso leva em conta o cenário de total incerteza com o anúncio – justamente – da nova política comercial dos Estados Unidos. A taxa básica de juros nos Estados Unidos está fixada entre 4% e 4,25%.
Parte dessa incerteza repousa na resolução de difícil equação. Afinal, o tarifaço de Trump pode levar o mundo para uma recessão econômica? E se levar, os Estados Unidos podem ser dragados por ela? Não há meio de responder isso, ao menos por enquanto.
Morning call: como a bolsa de valores reagiu ao tarifaço
Na contramão das fortes perdas registradas em Wall Street na ressaca do tarifaço anunciado pelo presidente Donald Trump, o Ibovespa mostrou resiliência e fechou perto da estabilidade na sessão desta quinta-feira, com queda de 0,04%, aos 131.141 pontos. O pregão foi de forte volatilidade e o índice chegou a oscilar entre os 130.182 pontos e os 132.552 pontos.
O que impulsionou resiliência do Ibovespa
Segundo operadores, a resiliência do Ibovespa pode ter sido impulsionada pelo fato de que a tarifa a ser cobrada sobre os produtos importados do Brasil será o piso, de 10%, o que será menor do que outros países, como China e União Europeia. O pregão também foi de queda dos juros futuros, o que ajudou ações domésticas, como Magazine Luiza (+5,45%) e Iguatemi (+5,12).
Também cresceu a visão de que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) fará quatro cortes até dezembro, o que poderia levar os juros nos EUA para a faixa entre 3,25% e 3,50%.
Preocupações em torno de uma recessão nos Estados Unidos e de uma desaceleração da economia global, em virtude das tarifas agressivas impostas por Trump, pressionaram os preços de commodities, o que atingiu em cheio ações como Vale e Petrobras.
As PN da petroleira fecharam em queda de 3,23%, enquanto as ON recuaram 3,53%. Já os papéis da Vale caíram 3,62%. Outras blue chips ajudaram a limitar as perdas no Ibovespa, caso dos papéis PN do Bradesco, que subiram 1,92%.
O volume financeiro negociado no índice foi bem mais alto do que a média das últimas sessões e chegou a R$ 21,0 bilhões. Já na B3, o giro financeiro alcançou R$ 28,2 bilhões.
Em Wall Street, os principais índices americanos derreteram: o Nasdaq caiu 5,97%; o S&P 500 recuou 4,84%; e o Dow Jones teve queda de 3,98%.
Com informações do Valor Econômico
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