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Itaú vai estimular migração para os cartões virtuais
Empresas citadas na reportagem:
O Itaú é líder no mercado de cartões de crédito no Brasil, com mais de 38,2 milhões de unidades e quase 30% do volume processado. E agora quer capitanear uma mudança significativa na relação do brasileiro com esse instrumento. O banco vai lançar uma campanha de marketing para incentivar os clientes a aderirem aos cartões virtuais e outras formas de pagamentos digitais, aposentando o plástico. O cartão físico continuará disponível para quem quiser, mas o foco é estimular o consumidor a abraçar de vez essas novas formas de pagamento, consideradas mais fáceis, rápidas e seguras — e que ganharam impulso na pandemia.
Segundo o Itaú, o número de transações realizadas com cartões virtuais cresceu 296% até o momento em 2022, na comparação com o mesmo período de 2021, com uma alta no faturamento de 190%. Além disso, no primeiro trimestre do ano, o valor transacionado utilizando pagamento por aproximação cresceu 375%, considerando as carteiras digitais, como Apple Pay, Google Pay e Samsung Pay, além do pagamento com cartão físico com tecnologia NFC.
Desde 2015 o Itaú oferece a opção de cartão virtual para seus clientes — aquele número gerado cada vez que se faz uma compra on-line — e em 2021 lançou a modalidade de cartão virtual recorrente, voltado para pagamentos de serviços contínuos, como assinaturas, serviços de transporte e delivery. Agora que todos os modelos de celular já possuem a tecnologia NFC e que todas as “maquininhas” de cartão também já aceitam esse tipo de operação por aproximação, a ideia é que o cliente concentre pagamentos no smartphone.
Segundo Guilhermo Bressane, diretor de marketing do Itaú, pesquisas feitas pelo banco mostram que as pessoas que ainda não aderiram ao cartão virtual não o fizeram por desconhecimento, ou seja, o problema não é uma eventual dificuldade no cadastramento ou mesmo preocupações de segurança. “Nossa premissa central é mudar o hábito do brasileiro em relação aos pagamentos. Hoje já está tudo no smartphone, ninguém sai de casa sem celular, e o cartão virtual traz uma comodidade muito grande, com segurança”, diz.
Em um momento em que crescem golpes com Pix e outras formas de crimes digitais, como clonagem do WhatsApp, o Itaú diz que ter um cartão no celular é mais seguro que carregar o plástico no bolso. O argumento é que, se você é roubado ou perde o cartão físico, bandidos conseguem facilmente fazer todo tipo de compras, já que estão ali o número, nome, código de segurança e todas as informações de que eles precisam. Já no cartão virtual, primeiro eles precisariam destravar o celular, depois entrar no aplicativo do banco e, mesmo assim, ali só aparecem os quatro últimos dígitos do cartão. “O cartão virtual tem camadas a mais de proteção”, diz Bressane.
Mário Newton, diretor de cartões do Itaú, diz que a campanha não tem pretensão de estimular a venda de cartões ou mesmo acabar com o plástico. Segundo ele, as ferramentas de cartão virtual e carteira digital já existem há algum tempo, mas agora essas soluções digitais estão sendo apresentadas de forma conjunta para o cliente. “Queremos dar ao usuário a opção de escolha, porque muitas vezes eles desconhecem os benefícios desses instrumentos. São evoluções que estão cada vez mais conectadas a tudo que está relacionado com a jornada do cliente”.
O público jovem, que já tem mais familiaridade com as novas tecnologias, está mais propenso a aderir ao cartão virtual, mas o Itaú diz que suas pesquisas indicam que os clientes de mais idade também devem embarcar nessa digitalização. “Não há uma diferença brutal entre as gerações. Já vemos muita gente de mais idade usando o cartão virtual”, diz Bressane.
O Itaú diz ainda que o incentivo aos pagamentos digitais não está relacionado à ascensão do Pix, que concorre mais diretamente com TED e DOC. O banco também afirma que não há relação com o problema de falta de chips que chegou a tornar mais demorada a entrega de cartões físicos no auge da pandemia. Hoje esse problema já está totalmente solucionado. O foco da campanha também não é a pegada sustentável, mas é claro que a redução na emissão de plástico tem impacto ambiental.
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